sábado, 21 de setembro de 2019

Apontamentos para a história da aviação nos Açores - o Aeródromo de Santana [M2063 - 50/2019]


As férias são sinónimo de alguma disponibilidade para deambulações aeronáuticas, por isso aproveitei a minha deslocação a S. Miguel para regressar a Rabo de Peixe, à pista de Santana, por onde andei à procura de resquícios da presença da aviação, num local por onde passaram muitos aviadores militares e civis. Aqui, muito se aprendeu sobre a arte de voar nesta espécie de colar com nove jóias, um arquipélago com uma meteorologia caprichosa, de humores vários, desbravada a lava instalou-se inicialmente a Aeronáutica Militar, entre 1939 e 1946, foi este local o berço da aviação civil nos Açores, iniciando-se em 1947 as primeiras ligações aéreas entre ilhas, com o primeiro voo SATA, a 15 de Junho.
Por entre as paredes que ainda subsistem até hoje do “Aerovacas”[1], armado em Dr. Jones, mas sem chapéu e sem chicote, vasculhei por entre as ervas daninhas, à procura de encontrar algo que me fizesse lembrar esses tempos idos do Campo de Aviação de Santana, da Base Aérea nº4, e do Aeroporto de Santana.
Um pouco como faço cá no Velho Burgo, quando arrisco numa ou outra ruína em busca de algo traduzível fotograficamente (sem sucesso nenhum, como se pode facilmente imaginar), por aqui quis andar à procura de um pouco dessa história. Lamentavelmente o espaço não permite, porque vedado, e atafulhado de vegetação, a minha tentativa de pelo menos fazer fotografia de um outro ângulo, no campo agrícola em frente, foi violentamente barrada por um rasteirinho e um cão de fila, que me disseram qualquer coisa entre dentes, lá na língua deles e, estrategicamente, decidi não encetar qualquer tipo de diálogo. De todo o modo, a história do local e da aviação nos Açores já está contada em livros e também nas páginas  não palpáveis do ciberespaço, às quais eu pouco ou nada conseguirei acrescentar.
Fundamentalista e aferroado que sou, vejo espaços como este com bastante tristeza, tenho pena de não poder (ainda) viajar no tempo para dar uma espreitadela no que foram esses tempos pioneiros e aventureiros, mas o que me custa mais é outra coisa.
Eu compreendendo que nem sempre podemos ou conseguimos preservar absolutamente tudo o que faz parte da nossa História, poderíamos talvez, neste caso, como em incontáveis outros, preservar este conjunto de edifícios, dando quem sabe a forma, o corpo, e por certo a alma, a um merecido, e porque não dizê-lo necessário, museu de aviação, mantendo ao seu lado a pista, o seu extenso chão de lava atapetado de verde pasto, onde outrora se ouviram troar os Gladiator, os Junkers Ju52, os Mohawk, o D-18, os Dove, os DC-3, e tantos outros que por aí se fizeram ao éter. 
Ah, claro, não esquecendo as vacas que se fizeram ao pasto…







Sem falsos pretensiosismos recolho aqui algumas notas históricas, conhecidas de todos por certo, acerca deste local e da sua história, que começam com o advento da aviação e os aventurosos tempos das travessias transatlânticas, muitas das quais passaram pelos Açores onde, já nesses tempos idos, a aspiração de dotar o arquipélago de meios de apoio, nomeadamente campos de aviação que permitissem escalar as ilhas era tema de constante preocupação.

Feitas as contas, ao estilo de um merceeiro pitosga, passaram pouco mais de 100 anos desde a ida para os Açores daquela que foi a primeira instalação permanente de aviação no arquipélago: o destacamento da United States Marine Corps, que esteve baseado entre 1917 e 1918 no porto de Ponta Delgada e que antecedeu a presença da Nossa Aviação Naval, o Centro de Aviação Naval dos Açores (1919 – 1921)[2] e o Centro de Aviação Naval de Ponta Delgada (1941 – 1946).
Foi só alguns anos depois, que o primeiro campo de aviação foi inaugurado nos Açores, o Campo de Aviação da Achada, a 4 de Outubro de 1930, tendo permanecido no activo até 1941.

Postal antigo que encontrei num alfarrabista do Porto, em que 
se consegue ver o local da US Naval Base 13  junto ao forte de S. Brás.

No início dos anos 40, o então Major Humberto Delgado, foi encarregue de estudar os locais onde se poderiam instalar estruturas aeroportuárias militares, tendo a escolhido S. Miguel e a Terceira, como possuidores de dois locais para o efeito, o primeiro em Rabo de Peixe e o segundo nas Lajes.
Quando em Maio de 1941 são instruídos os comandos da Base Aérea de Tancos e da Base Aérea da Ota para a preparação de uma força destacada, a duas esquadrilhas equipadas com 15 Gloster Gladiator Mk.II, denominadas Esquadrilha Expedicionária de Caça nº1 (EEC1) e Esquadrilha Expedicionária de Caça nº2 (EEC2), destinadas a Rabo de Peixe e às Lajes, respectivamente.
Em Rabo de Peixe, os trabalhos de terraplanagem por parte da Engenharia Militar iniciaram-se bastante tarde em 1941, concluindo-se só no ano seguinte, já os aviões, equipamento e pessoal tinham chegado ao porto de Ponta Delgada a 8 de Junho de 1941…!  
Aqui se construíram duas pistas relvadas de 1000 e 1500 metros, zona de estacionamento, hangares, torre e edifícios de apoio. 


As missões da EEC1 eram missões de treino operacional, de reconhecimento meteorológico, reconhecimento de vasos de guerra e comboios de navios mercantes, patrulhamento aéreo do espaço aéreo nacional. Neste contexto, foi implementado um sistema de alerta, que recorrendo a postos de rádio militares (no Comando Militar dos Açores, em Santana e nas Lajes), interligados com os meios aéreos, permitiam o reconhecimento «à distância, com a finalidade de informar a presença dos movimentos das forças navais ou aéreas, da sua nacionalidade, natureza e direcção, bem como da actuação contra aviões que sobrevoassem as ilhas ou as suas águas territoriais e não respeitassem os sinais de identificação. Para esse fim, era necessário que, nos aeródromos, uma patrulha de aeronaves estivesse permanentemente em prontidão para levantar voo, seguindo-se, no estado de alerta, a mobilização de toda a aviação e pessoal em terra, de forma a descolar de imediato com todo o material disponível.»
Os Gladiator integravam portanto, um dispositivo de vigilância e alerta, com pessoal e aeronaves de prontidão para actuar de imediato, contra forças navais ou aéreas – era uma espécie de QRA daqueles tempos!
Foram substituídos pelos Curtiss Mohawk, provenientes da Esquadrilha XY, de Tancos (BA3), adoptando a designação de Esquadrilha Expedicionária nº3 (EEC3), criada em 14 de Julho de 1944. Estes seriam 9 aparelhos e pensa-se tenham regressado ao continente em 1946.


Antes disso, aos Gladiator juntaram-se, em Fevereiro 1942, os primeiros de 5 Junkers Ju52, provenientes do Grupo de Bombardeamento Nocturno da Base Aérea da Ota, constituindo-se na Esquadrilha de Bombardeamento da EEC1. 
As missões da Esquadrilha de Bombardeamento eram de reconhecimento visual e fotográfico, treino tiro e bombardeamento, transporte aéreo, e a curiosa missão de voos de altitude para crianças com tosse convulsa. Para além disso, registe-se que poucos meses depois de chegarem, a 2 de Maio de 1942, foi inaugurada uma carreira semanal entre Rabo de Peixe e as Lajes.
A 13 de Julho de 1942, o Sub-Secretário de Estado, através Gabinete do Ministro da Guerra, faz saber da alteração da designação dos aeródromos militares nos Açores, «as Forças de Aeronáutica nos Açores, constituam as Bases Aéreas nº4 no Aeródromo de SANTANA em São Miguel e nº5 no Aeródromo das LAGES na Ilha Terceira.»


O Junkers Ju52 nº210 da Aeronáutica Militar perdeu-se 
por falta de meios de socorro.

Não foram estes anos, da presença militar Lusa em Rabo de Peixe, isentos de acidentes como foi o caso do Gladiator nº480 em 10 de Outubro de 1941, e Gladiator nº467 em 13 de Maio de 1943, ambos com perda de vida, a destruição do Junkers Ju52 nº210 em 16 de Setembro de 1943, que se perdeu na aterragem devido a um incêndio a bordo (na altura não dispunha ainda o aeródromo de meios de socorro apropriados). 

Com o fim da 2ª Grande Guerra decresceu a necessidade e o interesse militar na utilização deste aeródromo, mas já antes, a partir de 1943, e portanto após a utilização das pistas das Lajes e Santa Maria, pelas forças inglesas e norte-americanas, respectivamente, regressaram as esquadrilhas portuguesas ao continente. O aeródromo mantinha um destacamento inglês de apoio à sua aviação militar desde 1943, que é desactivado no final de 1945.
A 1 de Agosto de 1946, é nomeada a Comissão Liquidatária da Base Aérea nº4, saindo os militares quase todos excepto um pequeno destacamento, por forma a manter os mínimos para assegurar a operacionalidade do aeródromo, dando apoio, sempre que necessário, a aviões militares nacionais e estrangeiros, bem como à SATA que, começa a operar no ano seguinte a partir daqui.
Foi longo o processo que culminou com a primeira ligação aérea inter-ilhas, a 15 de Junho de 1947, entre Santa Maria e S. Miguel, utilizando um Beechcraft D-18S, registado CS-TAA, e com o nome de baptismo “Açor”. Este assegurava o transporte aéreo, entre S. Miguel, Santa Maria e a Terceira, tendo capacidade para 7 passageiros.
Lamentavelmente, a 5 de Agosto de 1948, após a descolagem de S. Miguel rumo a Santa Maria, este aparelho registou algumas dificuldades, despenhando-se no oceano, perdendo a vida quatro passageiros e dois tripulantes.
Só no ano seguinte e SATA retomou a actividade, com a chegada de duas novas aeronaves De Havilland DH104 Dove, a 23 de Maio de 1949, iniciando-se os voos comerciais entre ilhas apenas a 1 de Agosto seguinte.
O crescimento da necessidade de transporte de pessoas e bens, fez com que a SATA adquirisse mais aviões, dois Douglas DC-3, o que aconteceu a 21 de Agosto de 1963, ainda que os aparelhos só começassem a fazer carreiras regulares no ano seguinte.
De novo Humberto Delgado, então Director-Geral da Aeronáutica Civil, que em 1958, que constatou a necessidade de um novo aeroporto para servir a ilha e o arquipélago sem que, no entanto, tenha visto esse projecto ser concluído (assassinado em 1965). Foi no decurso da década seguinte que se viu decidir, projectar e construir o novo aeroporto, inaugurado a 24 de Agosto de 1969. Com a inauguração do Aeroporto de Nordela, em Ponta Delgada, toda a actividade da SATA passa a ser efectuada a partir daí, e o Aeroporto de Santana passa, em definitivo, a ser pasto para as vacas…
O último voo a descolar de Santana, foi a 10 de Agosto de 1969, o HS748 de registo G-ATMJ.


Museu da Aviação dos Açores

Como sabemos, nasceu há 4 anos, na Ribeira Grande, o Museu da Aviação dos Açores, projecto para a criação e manutenção de um espaço museológico que visa preservar a memória da aviação civil açoriana no entanto, ainda não são evidentes os progressos deste projecto, sabendo-se que foram já encetados diversos protocolos de colaboração, nomeadamente com a Força Aérea Portuguesa, para a cedência de uma aeronave.
Neste sentido, e com muita pena minha, ainda está a aguardar o necessário trabalho de restauro, o D-18S FAP nr.2515 que se destina a vestir a pele do primeiro aparelho da SATA, esse que foi o primeiro aparelho do Registo Aeronáutico Nacional da classe de transporte (T), o Beechcraft D-18 reg. CS-TAA.
Pode ser que, na minha próxima visita a S. Miguel, daqui a pouco tempo assim o espero, possa ver este aparelho restaurado a brilhar como peça central da colecção, mas não num qualquer edifício fechado na Ribeira Grande, era vê-lo aqui mesmo em Santana, com os edifícios reabilitados, a pista recuperada e até com alguma serventia, para aeronaves ligeiras (do aeroclube, por exemplo), e o Beechcraft restaurado para voos turísticos, porque não? Sou um sonhador, eu sei …

No entretanto, como isto de escrever sobre aviões abre o apetite, vou aqui ao lado, à Associação Agrícola comer um bifinho regado com um néctar com travo de lava e já volto!


Rui “A-7“ Ferreira
Entusiasta de Aviação


Nota – O autor insiste em escrever na graphia antiga.


Notas:
[1] – “Aerovacas”, castiço nome dado pelos indígenas ao local, pois quando não havia actividade aérea a pista era tomada de assalto pelas vacas, vacas essas que eram, curiosamente, propriedade do aeródromo! Um aparador de relva vivo, vivo e ecológico!
[2] – o Centro de Aviação Naval dos Açores (1919 – 1921) nunca chegou a funcionar, sendo o material entretanto enviado para lá, reenviado para o continente.

Fontes: 
Base Aérea das Lajes (contribuição para a sua história), de Manuel de Meneses Martins (2003), edição de autor.

Quando a Marinha Tinha Asas…, de Viriato Tadeu, Comissão Cultural de Marinha (edição de 2017)

Açoriano Oriental
https://www.acorianooriental.pt/noticia/acervo-do-aeroporto-de-santana-passa-para-museu-de-aviacao

Blog “Últimas Curiosidades”
https://ultimas-curiosidades.blogspot.com/2010/10/forca-aerea-nos-acores-40-anos-um.html

https://ultimas-curiosidades.blogspot.com/search?q=A%C3%87ORES&fb_source=message

Operacional, Sérgio Rezendes
http://www.operacional.pt/em-memoria-de-um-as-da-aviacao-nos-acores/

Pássaro de Ferro: 
http://www.passarodeferro.com/2013/11/acores-contingencias-da-sinistralidade_10.html

Restos de Colecção (Blog): 
http://restosdecoleccao.blogspot.com/2013/07/aeroporto-de-santana-nos-acores.html

Walkarounds: 
http://walkarounds-ccadf.blogspot.com/2013/07/campo-de-aviacao-da-achada-primeira.html



5 comentários:

  1. muito bem, parabéns pelo esforço!
    fizeste bem em temer o cão de fila (excelentes cães de guarda: o meu cunhado teve um, e a única pessoa que entrava lá em casa quando a família estava ausente era o seu irmão)
    fizeste ainda melhor ir comer o bife no restaurante da Associação Agrícola
    é de repetir (as duas coisas)

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  2. Mais um momento bem passado neste Blog.
    Obrigado por partilhares com o mundo. Podes não acrescentar nada de novo para ti, à História da Aviação. Mas se for apenas um a contá-la, vai perder-se num instante. Bem haja Rui!
    Fortabraço,
    Emmanuel.

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  3. «Olá Amigo Rui
    Excelente trabalho de investigação. Parabéns .

    Para variar "este Governo e respectivos súbditos " continuam a não dar valor à história e ao rico património que possuem . Lamentável e irrecuperável com o tempo .
    Neste e noutros episódios aplica-se na perfeição a historia que se conta sobre um padre cura de uma freguesia rural de S. Miguel . " Quando morreu e ,ao chegar ao céu Deus perguntou-lhe com ar severo , Padre cura que fizeste ás almas que te confiei . O padre,acabrunhado e com voz trémula ,no seu sotaque micalense balbuciou ."Perdão Senhor, se brutas mas deste ,brutas tas entrego ."
    Mais real e actual não encontro .
    Forte abraço do MOSCARDO .
    A. Pires»

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  4. «Caro Amigo Senhor Rui Ferreira
    Apenas umas breves palavras, para felicitá-lo por este interessante trabalho de investigação, que confirma e completa outros feitos com idêntico objectivo.
    Pelo que pude observar, as férias terão sido calmas e proveitosas para recuperar o espírito e as energias necessárias ao corpo, para aguentar mais um ano.
    Reiterando as minhas felicitações, junto a minha saudação aeronáutica, amiga, e com a estima pessoal, do
    Vizela Cardoso»

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  5. «Caro Rui Ferreira
    O seu artigo sobre o Aerovacas despertou-me saudades de tempos idos há já muitos anos mas com alguns pormenores engraçados a que vai achar piada. O meu primeiro contacto com o Aerovacas em S. Miguel data de 1956 quando eu, jovem segundo tenente da Armada, era imediato do patrulha Príncipe em missão de busca e salvamento estacionado em S. Miguel. Como tinha ido para a Marinha para seguir para a aviação naval, dada a minha paixão pelos aviões desde tenra idade, tinha aproveitado os ganhos da viagem de cadetes para ir à Base de Sintra, Granja do Marquês, como era conhecida, para como recém sócio do Aero Clube de Portugal, tirar o meu brevet. Meu instrutor era o então alferes Cerqueira (...) um grande amigo que muitas saudades me deixou e que me ensinou a voar...A hora de vôo em Tiger era cara, 300 escudos, de maneira que os vôos não podiam ser muito frequentes nem a experiência muito vasta.
    Quando fui em comissão para S. Miguel, levei a minha mota no navio e nos tempos livres explorava a ilha. Claro que o cheiro a aviões me levou ao Aerovacas onde a SATA ocupava o hangar e edifícios das suas fotografias. A SATA voava na altura dois "Doves" e um dos pilotos era o Carpinteiro, na altura tenente da Aeronáutica em licença de serviço e havia um engenheiro cujo nome já não recordo, com quem fui falar. É que no hangar havia um Tiger Moth da companhia e eu fiquei cheio de vontade para voar nele. O engenheiro, muito simpaticamente, foi-me dizendo que o avião precisava de umas reparações, mas que ele não tinha mão de obra na altura para as levar a cabo. Logo me ofereci dizendo que traria comigo um cabo maquinista do navio e que ambos faríamos o trabalho sob a sua direcção E assim comecei, nas horas livres, a trabalhar no hangar da SATA, com o meu cabo. Mas o trabalho estava sempre a nascer e eu, inocente PPA com pouco mais de uma centena de horas de vôo, nunca me passou pela cabeça que o nosso amigo engenheiro ia protelando os trabalhos para eu acabar por me ir embora para o Continente e não ser para ele uma dor de cabeça! E assim aconteceu. Mais tarde, já com muitas horas de vôo, na FAP, no curso para major estudava em minha casa com o Carpinteiro também aluno do curso e muita graça ele achou à minha história que aliás conhecia.
    Mas o Destino tem caprichos curiosos e muitos anos depois, quando coronel comandante da Base Aérea 7 em Aveiro, venho a descobrir que aquele mesmo Tiger tinha sido entregue ao aeroclube de Espinho, mesmo ali perto! E que da viagem depois de desmontado e voltado a montar tinha ficado desequilibrado e a voar mal! Na BA7 ainda tinha alguns bons artífices dos tempos da Aeronaval de maneira que propus-me resolver-lhes o problema. Trouxe o avião para a base, a voar, e o meu pessoal mecânico fez um trabalho exemplar. Claro que fiquei com o avião um bom mês e muito voei nele! Guardado está o bocado para quem o há de comer!
    Um abraço amigo do
    C. Silva »

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