Intercepção de um Il-20 russo sobre o Báltico pelo F-16 E-191 com a pintura comemorativa dos 800 anos da bandeira dinamarquesa |
A Real Força Aérea Dinamarquesa (Forsvaret) accionou o alerta de defesa (Quick Reaction Alert - QRA) ao espaço aéreo dinamarquês, no passado dia 30 de Setembro de 2019.
Nada de muito anormal, não fora um dos caças enviados para a intercepção ao Il-20 russo que despoletou a situação, por voar sem plano de voo, nem transponder ligado sobre o mar Báltico, ser realizada pelo colorido F-16 n/c E-191, adornado este ano com uma colorida pintura especial, comemorativa dos 800 anos da bandeira dinamarquesa.
Para além de divulgar as imagens do encontro, a Forsvaret aproveitou a ocasião para revelar mais dados acerca da missão de policiamento aéreo, realizada pelos seus F-16 a partir de Skrydstrup, nomeadamente as estatísticas de accionamento do alerta (scramble) real, compiladas na seguinte tabela:
"Temos anos em que há mais voos e anos em que há menos, mas no geral o número de activações do nosso QRA é realmente bastante constante", diz a propósito o brigadeiro-general Karsten Fledelius Jensen, chefe do Centro Nacional de Operações Aéreas da Real Força Aérea Dinamarquesa.
Na maioria das vezes, os "clientes" são aeronaves militares russas a voar em espaço aéreo internacional. Quando estes patrulham o Báltico, geralmente traçam as rotas em torno do espaço aéreo dos países vizinhos - por outras palavras, em espaço aéreo internacional. À medida que se movimentam contudo, os alertas das várias nações são activados - e, portanto, também os dinamarqueses.
Quando não se trata de aeronaves militares russas, são normalmente aeronaves civis de maiores ou menores dimensões, para as quais o alerta pode ser activado, se perderem as comunicações de rádio ou tiverem problemas com, por exemplo, o trem de aterragem.
A tarefa também pode ser seguir uma aeronave civil até um local de aterragem adequado se, por exemplo, eles tiverem problemas com os equipamentos de navegação.
Na maioria das vezes, isto ocorre sobre o Mar Báltico, mas também pode suceder aeronaves não identificadas descerem ao longo do limite do espaço aéreo norueguês pelo Mar do Norte. Quando isso acontece, o QRA dinamarquês também entra em acção.
Infracções verdadeiras ao espaço aéreo dinamarquês contudo, raramente acontecem. As violações efectivas do espaço aéreo são pouco frequentes.
Já os vôos militares russos, geralmente ocorrem sem os transponders ativados (sistema que os torna visíveis e os identifica para o tráfego comercial), o que significa que o tráfego aéreo regular não os pode identificar, representando por isso uma ameaça à segurança de voo, tal como comenta Karsten Fledelius Jensen:
"Quando o QRA segue aviões russos sobre o mar Báltico, às vezes é também uma questão de garantir que o tráfego na área seja visível a todos", referiu a propósito, para depois elaborar:"houve situações no passado em que o tráfego civil estava em risco porque não podiam "ver" os aviões russos. O nosso QRA voa com os transponders ligados, por isso temos certeza que seremos vistos. É disso que trata o nosso trabalho".
Fotos: Forsvaret
1 Comentários:
Espectacular!!
5513
Enviar um comentário