Boeing F/A-18F Super Hornet |
Já não é uma novidade: os envelhecidos caças-bombardeiros Tornado da Força Aérea Alémã devem ser substituídos por uma mistura de Eurofighters Typhoon de produção europeia e duas versões dos americanos F/A-18. Diz-se existir já acordo entre o Ministério da Defesa, o Parlamento e a indústria, mas a ministra da Defesa Annegret Kramp-Karrenbauer ainda não tomou uma decisão.
Actualmente, a Luftwaffe possui um total de 234 aviões de combate, incluindo 141 Typhoon de fabrico europeu e 93 caças-bombardeiros Tornado. Este último modelo, no activo há quase 40 anos, destina-se às missões de ataque ao solo, reconhecimento aéreo táctico e guerra electrónica - e à dissuasão nuclear. 83 aeronaves estão operacionais e mais dez são usadas para treino em terra e testes. A Alemanha é um dos últimos utilizadores deste tipo de aeronave, cujos custos de operação são cada vez maiores, uma vez que as peças sobressalentes necessitam de fabrico dedicado.
Panavia Tornado da Luftwaffe |
Uma longa luta tem vindo a ser travada na decisão do seu sucessor, que envolve uma verba superior a 10.000M EUR, ao longo dos próximos anos. O plano agora em negociação visa conciliar os requisitos da política de segurança com a política industrial, o que, entre outras coisas, envolve fortes interesses da Baviera. A divisão de armamentos da Airbus tem a sede na Baviera, sendo os Eurofighters montados em Manching.
O projecto também é politicamente difícil por causa do "papel especial" do Tornado: o conceito de dissuasão nuclear da NATO prevê que os aliados tenham acesso a armas nucleares dos EUA em caso de guerra e, portanto, devem ter aeronaves capazes de carregar armamento nuclear. Oficialmente nunca confirmado, mas uma espécie de segredo aberto: 20 bombas termonucleares de lançamento por gravidade B61 das forças armadas dos EUA estão armazenadas em Büchel, Eifel.
Para substituir o Tornado, a planificação militar menciona recentemente a necessidade de garantir os requisitos operacionais com duas aeronaves diferentes. As estratégias falam de um conceito de duas frotas. A solução finalmente encontrada deverá ser a seguinte:
Cerca de 30 F/A-18 na versão "Super Hornet" devem ser adquiridos para o transporte de armas nucleares, uma vez que o modelo é de certificação mais fácil do que o Eurofighter Typhoon. Para o combate electrónico também serão adquiridos 15 EA-18G Growler.
Boeing EA-18G Growler |
Os novos Typhoon assumirão as restantes tarefas da frota Tornado: reconhecimento aéreo e ataque ao solo com armamento convencional. O número relativamente alto de pelo menos 78 Eurofighter Typhoon - e possivelmente até 90 - deve-se ao facto de servirem também como substitutos dos Typhoon mais antigos de Tranche 1, em uso na Luftwaffe. O plano visa proteger os interesses da indústria de defesa europeia e a joint venture com a França, para a produção de uma nova plataforma de combate aéreo (FCAS), que deverá estar disponível a partir de 2040. Esta terá mesmo sido a razão pela qual o F-35, inicialmente preferido pelos militares alemães, terá sido liminarmente posto de parte.
Eurofighter Typhoon |
Um porta-voz do Ministério da Defesa enfatizou que a ministra ainda não tomou uma decisão. e Kramp-Karrenbauer havia anunciado anteriormente que esta deveria ser tomada até ao final do primeiro trimestre de 2020, ou seja, até o final de Março. No entanto, este tema, tal como muitos outros, foi colocado em segundo plano pela actual pandemia de coronavírus, pelo que ainda não é claro quando tudo ficará definitivamente definido.