Sobrevoo de F-35, F16 e Rafale ao Charles De Gaulle durante a missão Foch no Mar do Norte Foto: Marine Nationale |
O porta-aviões Charles de Gaulle da Marinha Francesa (Marine Nationale) está de regresso a casa mais cedo, após suspeita de vários casos de Covid-19 entre os seus tripulantes.
Cerca de quarenta marinheiros podem estar infectados com o novo Coronavirus abordo do Charles De Gaulle, de acordo com um comunicado de imprensa do Ministério das Forças Armadas francês divulgado nesta manhã:
"A bordo do porta-aviões Charles de Gaulle, actualmente destacado no Atlântico, como parte da missão Foch, cerca de quarenta marinheiros estão hoje sob observação médica. Demonstram sintomas consistentes com possível infecção pela Covid-19. Os primeiros sintomas apareceram recentemente."
A tripulação do Charles de Gaulle consiste em cerca de 2000 marinheiros.
Fragata portuguesa NRP Corte-Real vista do convés do Charles De Gaulle Foto: Marinha Portuguesa |
O porta-aviões, e respectivo grupo de combate, do qual faz parte a fragata portuguesa NRP Corte-Real, estão actualmente a navegar no oceano Atlântico, destacados na missão“Foch”, já de regresso ao Mediterrâneo. O porto do Charles de Gaulle é a Base Naval de Toulon, no sul da França.
A Marinha Francesa decidiu antecipar o retorno do porta-aviões a Toulon, originalmente previsto para 23 de abril. Uma equipa de triagem com equipamento de testes será enviada ainda hoje ao porta-aviões para investigar os casos e tentar impedir a propagação do vírus a bordo do navio.
Os marinheiros que demonstram sintomas são colocados em confinamentos isolados, como precaução em relação à restante da tripulação. Não houve para já agravamento dos doentes e a Marine Nationale garante que tudo está a ser feito para garantir a segurança dos tripulantes.
Entretanto, algumas medidas foram já tomadas, nomeadamente com a limpeza de áreas comuns duas vezes por dia, prestando atenção especial à desinfecção de rampas / manípulos / torneiras e desinfectando estações de trabalho, telefones e computadores compartilhados após cada uso;
O número de reuniões e participantes foi reduzido, as reuniões em certos espaços foram limitadas.
As máscaras são distribuídas como uma medida preventiva para todo o pessoal que pode apresentar sintomas (tosse em particular). Estes são monitorizados duas vezes por dia pelo pessoal médico.
Já durante o destacamento, pelo menos um caso de contaminação por COVID-19 foi relatado em Março, a bordo da fragata da Marinha Belga Léopold I, pertencente à escolta do Charles De Gaulle, tendo este navio entretanto regressado ao porto de origem de Zeebrugge.
Não há para já informação da Marinha Portuguesa acerca de casos positivos de COVID-19 na fragata NRP Corte-Real.
Até ao momento a epidemia mais séria por COVID-19 em embarcações militares, está a decorrer no porta-aviões da US Navy, USS Theodore Roosevelt, cuja gestão causou já a deposição do comandante do mesmo, bem como a demissão do secretário da Marinha dos EUA, havendo já casos reportados também a bordo do USS Ronald Reagan, USS Carl Vinson e USS Nimitz.
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