Embraer A-29B Super Tucano da Força Aérea Brasileira |
Segundo a publicação digital Infodefensa, Portugal encontra-se a negociar com a Embraer a compra de "dez exemplares do turboélice EMB-314 Super Tucano".
Segundo a mesma publicação, que cita fontes não reveladas, mas alegadamente próximas da Força Aérea Portuguesa, as aeronaves destinam-se a substituir os aviões Alpha Jet retirados em 2018, no treino avançado de pilotos, mas também para o apoio às operações militares portuguesas, no âmbito das Nações Unidas.
Apesar de se desconhecer a credibilidade das fontes citadas pelo sítio especializado em assuntos de Defesa da região ibero-americana, é sabido que Portugal realizou avaliação da aeronave de treino avançado e ataque ligeiro da Embraer, já por mais de uma ocasião.
Além disso, ultimamente notícias na imprensa internacional têm vindo a insistir na existência de negociações destinadas à aquisição do Super Tucano (também designado A-29) por Portugal, embora geralmente baseadas apenas em suposições. Esta foi aparentemente a primeira vez que foi mencionada a quantidade de aeronaves em negociação, bem como a citação de uma alegada fonte junto do processo. Será também a primeira vez que é mencionada a intenção de dupla utilização das aeronaves para operações militares.
Portugal tem vindo a negociar com potenciais parceiros, a criação de uma Escola Internacional de Pilotos de Caça, com a utilização de novas aeronaves num regime "power by the hour", ou seja, num regime de aluguer, pagando apenas as horas de utilização da frota. Os modelos mencionados com mais insistência para esse fim têm sido o M-346 de propulsão a jato da Leonardo e o turboélice A-29 Super Tucano da Embraer.
Esta última opção pela utilização de aeronaves turboélice para o treino avançado de pilotos, vem sendo adotada por várias forças aéreas espalhadas pelo mundo, inclusivamente da NATO, como a França e a Espanha, nestes casos com a escolha do PC-21. Portugal também já realizou a avaliação deste tipo de solução, quando teve dois pilotos destacados na base aérea de Natal, no Brasil, entre 2015 e 2016, a voar o A-29 Super Tucano.
Já a capacidade de utilização do A-29 como plataforma de apoio a operações militares, seja como apoio de fogo ou para reconhecimento e vigilância, está mais que comprovada em condições de combate reais, por vários dos operadores do modelo, incluindo a Colômbia e o Afeganistão.
Infografia: Embraer |
O anúncio recente da parceria entre a canadiana CAE e a Força Aérea Italiana, para utilização do M-346 numa escola internacional de pilotos, parece ter esvaziado a mesma possibilidade com Portugal, abrindo eventualmente o caminho em definitivo à opção Super Tucano. A frota mencionada de dez aeronaves para Portugal, parece contudo insuficiente para equipar uma escola internacional.
Dado que a última Lei de Programação Militar (LPM) não dispõe de dotação para a aquisição de aeronaves destinadas ao treino avançado de pilotos, o financiamento da operação teria aparentemente que vir de fontes alternativas, como a referida parceria privada. Não é contudo claro, até que ponto nestas condições (aluguer), as mesmas aeronaves poderiam ser empenhadas em operações militares em teatro de guerra, como afirma a peça da Infodefensa. Resta ainda a possibilidade de revisão da LPM, que irá ocorrer em 2022.
Para já, aguarda-se alguma forma de comunicação oficial sobre o tema, que permita aclarar todas estas incógnitas.
Uma compra fundamental para a FAP em tempos de parceria OGMA/Embraer.
ResponderEliminarCreio que para a FAP o seu uso seria limitado a intercepções e voos sobre o mar. Não é o meu avião preferido para a formação avançada de pilotos de caça, mas não me importo. Venham jatos, se possível. O ST, creio ter mais utilidade junto do exército.
ResponderEliminarO avião é bom, mas o substituto de de jato de treino é outro jato.
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ResponderEliminarFoi desmentida pela Força Aérea Portuguesa ao Canal AVGAS qualquer negociação com a Embraer para aquisição do avião.
https://www.youtube.com/watch?v=m7XglLfsxYs
Eu acho que a escolha acertada seria o KAI T-50 Golden Eagle. É um sucessor ao nível do Alfa Jet, além de ter sido desenvolvido como avião de conversão para pilotos do F16.
ResponderEliminarO grande problema do t-50 são os seus custos de manutenção. Mas é, sem dúvida, uma opção de primeira, apesar de, pessoalmente preferir outro. Como a lógica em Portugal se traduz noutras definições que não a própria à palavra, e como excelentes dribladores que somos, até poderemos ter essa possibilidade. Por exemplo, se a Coreia aceitar uns C-390, acredito que a coisa possa avançar nesse sentido, apesar da Coreia querer desenvolver um avião de carga para atender as suas necessidades. Os seus Hércules estão a dar as últimas. Gostaria de ouvir a FAP neste assunto. Até agora só ouvi falar uns quantos suspeitos troca-tintas.
ResponderEliminarA decisão sobre o Super Tucano recai sobre o custo operacional, uma vez que a velocidade não é requesito principal, mas a formação de um piloto moderno, que hoje é mais um gerenciador de sistemas avançados do que gerenciador de performance de aeronave. Um caça a jato, mesmo com sistemas e aviônica moderna para o treinamento em questão, não justifica o custo operacional de caças com motor a jato! O jovem piloto moderno depois de treinar numa plataforma com sistemas e aviônica avançada vai fazer a transição para jatos moderno custando menos e a velocidade, força G, as características de performance em poucos vôos estará adaptado e adaptando ao longo da carreira. E o mais importante, sabendo operar com destreza e rapidez aviônica de ultima geração com desenvoltura.
ResponderEliminarNão sei se no contexto sobre a escolha da FAP para aeronaves de instrução, recordo-me de ouvir uns motores a jato passarem "por cima da minha cabeça". Escrevi no plural porque fiquei com a sensação que eram pelo menos dois e que voavam a baixa altitude(?). Nunca ouvi um "uivo" igual ou parecido. Com muita pena minha não deu para ver nada por causa das nuvens.
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