quarta-feira, 6 de julho de 2022

FORÇA AÉREA COMEMORA 70 ANOS NO CÉU DE BEJA [M2325 - 40/2022]


Integrado num vasto programa comemorativo do 70º Aniversário da Força Aérea Portuguesa, decorreu no passado dia de 3 de Julho, na Base Aérea nº11 em Beja, o "Airshow", com um programa pleno de actuações que fizeram vibrar todos os que se fizeram deslocar a Beja, dos mais variados pontos do país e também do estrangeiro.  
Com os números oficiais anunciados na casa das 70.000 pessoas, pode considerar-se um número impressionante, tendo em conta ser este o primeiro grande festival aéreo da Força Aérea Portuguesa (ainda) da "era Covid", e ainda se considerarmos a distância de Beja aos grandes centros urbanos.
Todos os que aí se deslocaram com sede de ouvir e sentir o troar dos afterburners em full throttle em displays de performance de causar arrepio não se sentiram defraudados, já que o programa era rico de muitas e muito boas exibições.


O programa teve início com  uma largada de paraquedistas, os afamados "Falcões Negros", largados de um C-130H da Esquadra 501 Bisontes, ao qual se seguiu  um P-3C Orion que efectuou uma série de passagens em diferentes configurações, aparelho da Esquadra 601 Lobos, uma das esquadras "da casa".
Um dos pontos altos da manhã foi a demonstração de ataque ao solo seguido de resgate em cenário de combate, e que integrou dois F-16 das Esquadras 201 Falcões e 301 Jaguares,  um "Lobo Mau" AW119MkII Koala da Esquadra 552 Zangões e um EH-101 da Esquadra 751 Pumas, que contou no solo com a intervenção da Unidade de Protecção de Força.
Os F-16 que participaram nesta demonstração não aterraram, pois seguiu-se um muito esperado flyby com a participação da HiFly, que tem, como se sabe a sua base de operações em Beja, na parte civil da BA11, no denominado Aeroporto de Beja.
Um Airbus A340 com pintura especial na deriva descolou sob os comandos do Com. Carlos Mirpuri, efectuando várias passagens em demonstração de voo das capacidades deste grande avião, seguindo-se algumas passagens em formação com os dois F-16 também eles com pinturas (cauda) especiais das Esquadras 201 Falcões e 301 Jaguares.


Após uma interrupção para almoço, iniciou-se a sessão da tarde com um Eurofighter da Ala 11 do Ejercito del Aire, num início estrondoso para uma tarde de muito calor. Depois da exibição do Eurofighter do país vizinho, tomou contra  dos céus, numa espécie de "regresso" à casa-mãe, o Alpha Jet da patrulha Flying Bulls




Um dos pontos altos da tarde foi, sem dúvida, e não querendo ser tendencioso, a exibição dos Frecce Tricolori, a patrulha acrobática da Aeronautica Militare Italiana, com os seus MB.339 PAN, que em formações apertadas e manobras arrojadas de elevado nível técnico pintaram de vermelho, branco e verde o céu da BA11.


Entre as muitas exibições aguardadas a do Typhoon da Royal Air Force, foi uma surpresa ver este aparelho e exibição fora do "circuito da casa", e com este esquema de pintura especial,  por certo um presente da nossa Velha Aliada, pelo aniversário da FAP.  Ambas as demos dos Eurofighter Typhoon, inglês e espanhol, foram impressionantes, dividindo-se a affición sobre qual dos dois foi o melhor.


De regresso aos céus portugueses, a Team ASPA, do Ejercito del Aire, exibiu-se de seguida, com os seus Eurocopter EC-120 Colibri, uma patrulha bem conhecida nossa mas com muitas e novas manobras, todas excelentes com particular destaque para o seu carrocel.


Não se tratando de uma competição, já que nem as aeronaves nem as exibições são comparáveis, a exibição do F-16 da Força Aérea Belga, com o seu "Dream Viper" deu show com as suas brilhantes manobras acrobáticas, quase um bailado que integrou fumos (smokewinder) e até flares, com efeitos visuais fantásticos.


Quase a terminar mais uma patrulha acrobática, os Marche Vert da Real Força Aérea Marroquina, com a sua clássica exibição desta curiosa formação que é executada com os aviões presos por cordas, um contraste com as demonstrações de alta velocidade, no seu "trote lento".


Ainda houve tempo para a demonstração de voo de um EMBRAER KC-390 Millennium, com as cores da Força Aérea Brasileira, dando o mote para os nossos que irão chegar a Beja para o ano, mas cujo primeiro já deu os "primeiros passos" por estes dias, no Brasil.


O fecho do festival  aéreo esteve a cargo de três F-16 das Esquadras 201 Falcões e 301 Jaguares, numa exibição de manobras apertadas, "sempre a abrir"!
A exposição estática de aeronaves contou com a presença de quase todas as aeronaves e esquadras de voo da Força Aérea Portuguesa, fazendo filas intermináveis, como já vai sendo normal nos festivais, neste caso para um P-3C da Esquadra 601 Lobos e um C-295M da Esquadra 502 Elefantes. No que concerne a presenças estrangeiras, e para além do aparelho de reserva da equipe Flying Bulls, um Alphajet parcialmente tigrado, estiveram também alguns dos aparelhos que integraram o exercício Real Thaw 2022, nomeadamente F-16C da USAF, Eurofighters do Ejercito del Aire, F-16M da Força Aérea Belga e Rafales da Armée de l'Air (França).









Texto/Reportagem: Rui "A-7" Ferreira
Entusiasta de Aviação

Fotografias: Rui Ferreira
Fernando Moreira

Nota: O autor do texto/reportagem escreve na grafia antiga.


4 Comentários:

TopGum disse...

Muito bom, obrigado.

JM avitec disse...

Artigo com entusiástica descrição e boas fotos. Quanto ao aniversario FAP70, parabéns. Sobre o Festival, foi digno e honesto mas muito longe do que já se viu neste pais (NTM87, por exemplo e alguns seguintes) com dezenas e dezenas de aeronaves nacionais e estrangeiras. Agora "não há dinheiro", parece. Não por culpa da FAP, mas por outras culpas que não interessa agora particularizar. Esperemos que a situação venha a ser melhor no futuro. Entretanto, sim, "cumpriu-se a MEL", com os Tricolori, os vizinhos (Espanha e Marrocos), os americanos (porque "fundaram" tecnicamente a FAP em 52) os britânicos (porque foram a grande influencia nos anos 40), os franceses (porque foram a grande influencia nos anos 20 e 30) e outros.
Mas as aeronaves não devem operar continuamente na MEL...

Anónimo disse...

Excelente artigo. Uma questão: os F16 são "propriedade" de cada esquadra, ou simplesmente são aspectos logísticos que determinam quem voa que avião?

Walkarounds - Aviação Militar Portuguesa disse...

Apesar de ostentar marcas/pintura alusiva a uma ou a outra Esquadra, os aparelhos não são, de facto, de nenhuma das duas. É, como diz no seu comentário, a disponibilidade face à tipologia das missões que são cumpridas, que ditam como Falcões e Jaguares pilotam este ou aquele aparelho.

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