Nos idos de 1988-1990 a actividade do aeródromo consistia nas operações aéreas da Esquadra 702 “Os Indomáveis do Norte” com os seus “puxa-empurra” (FTB-337G), e ainda o destacamento de busca e salvamento (SAR) da Esquadra 552 “Zangões” com um SE.3160 Alouette III. Nessa unidade decorria mais actividade aérea, desde logo a que se prendia com o treino das unidades e subunidades do Corpo de Tropas Páraquedistas, consubstanciados nas companhias operacionais da Base Operacional de Tropas Páraquedistas nº2 (BOTP2), e do Grupo Operacional de Apoio e Serviços (GOAS), sendo por isso comum de ver por ali os C-130 e C-212, Alouette III e Puma.
Sempre que podia, “desenfiava-me” para ficar ao pé dos aviões(!!), tantas vezes na linha da frente ou na torre, onde vi por ali passar algumas passarolas interessantes. Foi também aqui que voei pela primeira vez, em Puxa-Empurra… adiante.
É ainda S. Jacinto um local de memória e um local histórico da aviação militar remontando a 1917 a sua primeira utilização pela Aviação Naval Francesa, que aqui começou a caçar submarinos alemães durante a Grande Guerra, com um destacamento que durou até ao ano seguinte, tendo depois as instalações passado para a Marinha Portuguesa (1919) e depois para a Força Aérea Portuguesa (1952).
Desde essa altura, nomeadamente a partir de 1921, que se encontra aqui um dos hangares mais antigos ainda em existência em Portugal, hangar que aqui foi remontado após ser desactivado o Centro de Aviação Naval de Ponta Delgada, onde tinha sido instalado pelo destacamento da Marinha Norte-America entre 1917 e 1918, e que aqui, serviu a Marinha, Força Aérea, e actualmente o Exército. Este é um dos hangares, entre muitas outras estruturas militares que deveria estar classificado como monumento de interesse histórico militar… De todo o modo, esse e todos os demais edifícios do meu tempo ainda por ali se encontram, uma boa parte deles históricos.
Para além da nostalgia e história associada a S. Jacinto, o que me trouxe aqui foram mesmo os aviões, os aviões que integraram o festival aéreo organizado no âmbito do Festival Dunas de S. Jacinto, actividade que contou esta ano com dois momentos aeronáuticos: um festival aéreo e um “fly-in”.
Porque a vida é feita de opções, desloquei-me a S. Jacinto para o festival aéreo que decorreu, como já tem acontecido, frente à avenida marginal, sendo o público bafejado pela sorte, no que concerne às condições meteorológicas, pelo menos dentro da “caixa” onde decorreu a exibição, tendo reinado por lá o sol que nos ajudou a apreciar melhor as fantásticas exibições do Pitts S-2B da Aerobática, o Camana e o Varieze da Patrulha Fantasma, o “Puxa-Empurra” da Patrulha Quijote, os Yak-52 da patrulha Yakstars, e os T-6 e Chipmunk do Museu Aero Fénix.
Toda a sequência de eventos e a sua coordenação foram espectaculares, e o airshow muito bem estruturado e ajustado ao local.
Seguem-se algumas fotos que o ilustram.
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