Realizou-se no passado dia 15 de Outubro, o “Airshow” integrado na edição deste ano do Portugal Air Summit, o culminar de quatro dias intensos deste certame que pretende reunir num só certame todos os intervenientes da cena aeronáutica e aeroespacial nacional.
Não sendo meu objectivo desenvolver os temas deste certame na sua plenitude, toda ela muito interessante - trabalho que implicaria uma reportagem longa in situ - irei debruçar-me um pouco, fotograficamente, sobre alguns aspectos do Airshow, razão primeira para a deslocação a tais paragens longínquas, na busca de algumas das exibições que eram afinal cabeças de cartaz, num programa ao qual o Pássaro de Ferro deu devida nota antecipadamente.
Já tinha intenção de ir ao Air Summit desde o ano passado, em verdade, na busca de alguns dos aviões que estão baseados em Ponte de Sor, os “clássicos”, na persecução de um dos temas a que me dedico, os Military Aviation Wrecks & Relics, e que integram o projecto em livro European Military Out Of Service. Aliado a esses, o programa que foi sendo dado a conhecer fez crescer vontade de não falhar este ano!
Tenho para mim como referências apenas os festivais da Força Aérea Portuguesa, sobretudo os maiores e quando os aniversários da Arma estão aliados a exercícios como por exemplo o Tiger Meet (ex. 1987, 1996, 2002, e Real Thaw 2022), bem como os festivais aéreos civis nos quais se inserem eventos como as últimas edições do Estoril Air Show e também os Portugal Air Show em que participei. Reconheço serem referências parcas de alguém que viaja pouco.
Ainda assim, a expectativa era alta.
O Airshow, que integrou um sem número de exibições muito interessantes, com especial enfoque nos diversos sectores da aviação civil na aviação desportiva, incluiu as corridas aéreas integradas no campeonato Air Race Championship (ARC), exibições aéreas dos acrobatas Ramón Alonso, Jorge Macias, e Cástor Fantoba, todos eles fantásticos, bem como, num outro registo, o nosso amigo Luís Garção.
Não esquecendo a participação mais pequena, de um girocóptero do Campo de Voo de Benavente, não foram só as participações a solo, registo também a parelha Ramón Alonso/Jorge Macias, os Yakstars (que integra pilotos portugueses e espanhóis), e também a Team Raven inglesa. Destaque ainda para a operação, pela primeira vez aeródromo de Ponte de Sor, de um Airbus A320 da SATA.
No que concerne às participações militares, registaram-se as passagens aéreas da Força Aérea Portuguesa que incluíram uma parelha de TB-30 Epsilon da Esquadra 101, e um DHC1 Chipmunk da Academia da Força Aérea. A abertura do Airshow propriamente dito esteve a cargo de um FTB-337G da Fundación António Quintana, mas as duas exibições que mais gostei foram a do Super Lynx Mk.95A da Esquadrilha de Helicópteros da Marinha Portuguesa (ainda que curtinha), e um fantástico Supermarine Spitfire HF.IXc.
O evento aéreo terminou com duas outras exibições muito curiosas, já noite, uma a cargo dos AeroSPARX, e outra, um espectáculo com drones.
Confesso que tenho de voltar para assistir ao evento na sua totalidade, e ao Airshow sem dúvida nenhuma. Que surpresas trará a próxima edição?
Agora vamos às fotos.
Para além da participação da Força Aérea Portuguesa no evento, com stand e exposição estática, registou-se adicionalmente neste dia a participação da Esquadra 101 “Roncos”, baseada em Beja (BA11), com uma parelha de TB-30 Epsilon a executar diversas passagens.
Acalentei a esperança de ver este clássico Antonov An-2 em voo de formação com os Yakstars, à semelhança do treino e exibição que ocorreu no início do mês de Outubro, em que inclusivamente fizeram um voo de formação deste An-2 com oito Yak-52 (!!!), algo que com muita pena minha não aconteceu aqui.
Aqui vemos os Yakstars a taxiar para mais perto do público em preparação para a sua exibição.
Em primeiro plano o Airbus A-320 da SATA, e em fundo o piloto Cástor Fantoba, durante uma das suas passagens da ARC.
Aqui vemos na exposição estática, este foi o primeiro dos nossos Super Lynx’s a serem modernizados (19204), que inclui a « (…) modificação estrutural decorrente da instalação dos novos motores LHTEC CTS800-4N em substituição dos Rolls Royce Gem 42, sistemas de ajudas e navegação, substituição do painel de instrumentos por um glass cockpit com três ecrãs multifunções, novo guincho de salvamento hidráulico e sistema de amortecimento de vibrações do rotor principal.» Um Cessna O-1 Birdog, da Fundación António Quintana, com um esquema de pintura muito curioso e que apenas vimos numa curta demonstração de voo. Repare-se que o aparelho está restaurado imaculadamente, até rockets tem suspensos nas asas!
Com um conjunto de passagens em formação e manobras a solo, os
Yakstars nunca nos deixam de surpreender, pela dificuldade e o rigor da sua actuação, a formação integrou pilotos e aviões dos
Yakstars e
Jacob 52. Os Yakovlev Yak-52 destas patrulhas são conhecidos pelos seus esquemas de pintura “à antiga”, alguns deles foram recentemente descaracterizados, para um modo “politicamente correcto” …
Um outro acrobata a solo, Jorge Macias em passagem muito baixa, mais uma exibição de se lhe tirar o chapéu!
Um dos pontos altos do festival,
a exibição do
Team Raven, composta de uma formação de seis aparelhos Ran's RV-8.
Pela segunda vez em Portugal, os AeroSPARX , uma parelha com dois Grob 109b, que em modo nocturno aliam a acrobacia aérea a um show de pirotecnia, numa composição visual espectacular.
Texto: Rui “A-7” Ferreira
Entusiasta de aviação
Fotografia: – Fernando Sousa, Floriano Morgado, Jorge Ruivo, e Rui Ferreira.
Nota: O autor do texto/reportagem escreve na grafia antiga.