domingo, 30 de junho de 2024

General Dynamics F-16 Fighting Falcon, o “Caça Eléctrico” (Episódio 2) - [M2509 - 54/2024]

 O “Contracto do Século”, 1974-1975 (Episódio 2)

Ninguém sabe bem a origem deste título.  Uns dizem ser uma analogia a um programa americano de TV com o mesmo nome, outros que se inspira num artigo do jornal Le Monde, intitulado “La Marche du Siècle”.   De qualquer maneira, o título era bem empregue porque referia-se ao enorme concurso para substituir uma inteira geração de aviões de combate ao serviço de quatro importantes Forças Aéreas da NATO na Europa.  Os governos da Bélgica, Holanda, Noruega e Dinamarca chegaram á conclusão que tinham um problema em comum; a obsolescência dos seus aviões de caça e ataque.  E, indo “às compras” em conjunto, teriam muito maior poder de negociação – não só em relação ao preço e condições de compra mas também quanto ás importantes contrapartidas industriais.  Mas, como é óbvio e natural, um negócio deste calibre iria atrair grandes pressões, comerciais e políticas.  Os Holandeses, por exemplo, tinham sido parceiros originais no programa MRCA (que daria origem ao Panavia Tornado) enquanto a Bélgica partilhava fortes laços com a Francesa Dassault; não só pelo uso dos Mirage 5 como pelo facto do famoso construtor Francês ser accionista da Belga SABCA.

O YF-16 em todo o seu esplendor.  A ideia por detrás do conceito do projecto LWF/ACF era clara; leveza, simplicidade técnica e máxima eficácia em combate aéreo próximo.  Pierre Sprey, um dos “pais” do LWF dizia sem contemplações; “com metade do peso e do custo, vai bater o F-15.  Não é necessária tanta tralha num caça”.

No Verão de 1974 estas quatro nações formaram o MPFG (Multinational Fighter Program Group) e deslocaram-se á capital dos EUA para discutir opções.  Os Americanos sabiam que propor o F-4 Phantom estava fora de questão – era demasiado caro e não era bem o que os Europeus queriam.  O Northrop F-5E podia ser uma proposta interessante (a Noruega já usava o F-5A anterior) mas faltava algo mais moderno e apelativo e que projectasse a tecnologia para as necessidades dos combates futuros.  Os números envolvidos neste potencial contracto não eram despicientes; no mínimo 350 unidades e com fortes hipóteses de mais encomendas – um negócio suculento para qualquer construtor aeronáutico!  Rapidamente se perfilaram os concorrentes; do lado dos Americanos seriam os dois pretendentes do projecto LWF/ACF (F-16 e F-17) enquanto que pela Europa alinharam o Mirage F1, o Eurofighter (não, não é o Typhoon, mas sim uma versão do Viggen apresentada pela Saab) e o Franco-Inglês Jaguar.  Este último cedo ficou fora da corrida – as características de avião de ataque puro não combinavam com as exigências de um caça moderno multifunção.  

O “Eurofighter” (Saab Viggen) podia ser um candidato sério; dispunha de muitas características adequadas ao cenário Europeu mas a tecnologia do avião era, na realidade, dos anos 60 e também faltava “traquejo” comercial e politico aos representantes Suecos.

Nos meses seguintes, muitos contactos, reuniões, visitas, demonstrações, avaliações, jantares e – segundo as más línguas – vários “entretenimentos” opulentos e alguns truques baixos, ocorreram entre os representantes do MPFG e os vários pretendentes ao valioso contracto.  Os Franceses, em particular, eram especialmente criativos a empolar e sobrevalorizar os pontos fortes do seu Mirage e a “deitar abaixo” a concorrência.  Mas era impossível ignorar o facto de que o YF-16 e YF-17 representavam tecnologia mais moderna quando comparados com todos os opositores.  A Northrop, com o seu conhecimento do mercado Europeu, já dispunha de agentes no terreno enquanto que a General Dynamics era mais inexperiente nesse domínio – só abriu um escritório em Bruxelas em 1974.  As implicações financeiras de comprar um avião “estrangeiro” também incomodavam os Americanos mais conservadores porque, caso o YF-16 ou YF-17 fosse o escolhido, as empresas Europeias iriam construir peças para os aviões destinados para a USAF.  Claro que os políticos também se envolveram no assunto, o Primeiro-Ministro Francês Jacques Chirac afirmou que a escolha do produto da Dassault (naturalmente) seria uma forma de cimentar uma verdadeira “União Europeia”…    

O Mirage F1 era outro projecto dos anos 60 mas vinha de uma linhagem de caças com um pedigree insuspeito.  Rápido, potente e polivalente, o representante da Dassault era o concorrente mais perigoso do F-16.  Além do mais, os Franceses eram muito fortes e competitivos nas vendas e usavam todas as armas para ganhar contractos – desde a promessa de enormes contrapartidas financeiras a subornos e/ou pressões políticas sobre os decisores.

Bom, mas todos sabemos o desfecho final desta epopeia.  Em Janeiro de 1975 a USAF declarou o YF-16 como o vencedor do projecto ACF e em Junho as quatro nações da NATO escolheram também o “caça eléctrico” da General Dynamics.  Para os Franceses a afronta dificilmente poderia ter sido pior – o anúncio da vitória do F-16 foi feito durante o Show Aéreo… de Paris!  Depois de uma exibição do Mirage F-1E o piloto de testes Neil Anderson da GD deslumbrou os presentes com uma magnífica demonstração das capacidades do F-16.  Quando aterrou, o lendário Marcel Dassault foi ao seu encontro e disse-lhe;

“Tens aí um belo avião.”

Um elogio mais honroso do que este é difícil de conceber, considerando até que o ambiente no stand de vendas da Dassault era particularmente gélido…

Mas fica o desafio; como poderia a historia ser diferente se o vencedor do “Contrato do Século” fosse outro?  Se o Mirage F1 fosse o vencedor, ficaria a Dassault numa posição de supremacia na Europa?  E se a Saab tivesse ganho com o seu “Eurofighter Viggen”?... 

Foto clássica do quarteto internacional a posar com o justo vencedor do “Contrato do Século”.  Belgas, Noruegueses, Dinamarqueses e Holandeses escolheram o F-16 e nunca mais olharam para trás.  Mas como seria a história hoje se a escolha tivesse sido outra?

Nota: O autor não escreve segundo as regras do actual acordo ortográfico.

Texto e seleção de imagens: Icterio
Edição: Pássaro de Ferro


quinta-feira, 27 de junho de 2024

MINISTRO DA DEFESA ANUNCIA IMINENTE COMPRA DE SUPER TUCANO [M2508 - 53/2024]

A-29 Super Tucano da Embraer, que esteve recentemente no Beja Air Show
 
Na quarta-feira 25 de junho de 2024, naquela que foi a primeira presença como ministro da Defesa, na Comissão de Defesa Nacional, Nuno Melo revelou entre os pontos identificados como prioritários dentro da indústria de defesa, que se está "a ultimar o que será a concretização [da compra] de uma aeronave de ataque ao solo, de base Embraer com tecnologia portuguesa incorporada (...) à imagem do KC [390], que tem dado grande resultado" e que é o Super Tucano.

Trata-se de uma aeronave monomotor a hélice, capacitada para desempenhar missões de ataque leve, reconhecimento armado, além de treino avançado de pilotos.

Segundo Nuno Melo, é "um projeto que vai ser legalmente aprovado e vai passar do plano das intenções, para a concretização política e legislativa, muito em breve. (...) Um projeto virtuoso que incorpora na aeronáutica, altamente tecnológica, muita da indústria e do conhecimento português, com vantagem em posteriores vendas, formação de pilotos, ligando a Economia à Defesa"

Quando inquirido pelo deputado da IL, Rodrigo Saraiva, sobre se Portugal correrá o risco de ficar isolado na NATO na utilização do Super Tucano, o ministro da Defesa respondeu que "a grande razão de ser da intervenção da indústria portuguesa no projeto Super Tucano, tem que ver precisamente com o contexto NATO", concretizando que será a indústria portuguesa a habilitar a aeronave "para operar no contexto NATO", confirmando haver já "intenções de compra de países NATO e de países que não são NATO".

Estar-se-á portanto a referir ao modelo A-29N do Super Tucano, anunciado pela Embraer com a assinatura do acordo entre o Estado português e a Embraer em março de 2023, para o desenvolvimento, produção e suporte à operação desta aeronave, pela indústria portuguesa.

Segundo a Embraer, o modelo A-29N, irá dispor nas suas capacidades de combate de uma transmissão de dados aumentada e de acordo com os padrões NATO, bem como capacidade de operação por apenas um piloto. Já para as missões de treino, permitirá entre outras valências, treinar com controladores aéreos de combate  (JTAC -Joint Terminal Attack Controller) e em ambientes de realidade virtual, aumentada e mista. 

O cockpit bilugar do A-29 pode servir tanto para missões de treino como de vigilância ou de coordenação tática

Desde que se começou a falar da aquisição de aeronaves de asa fixa a hélice, como o Super Tucano para as Forças Armadas portuguesas, muito se tem conjeturado e especulado sobre qual o tipo de missão em que serão empenhadas na Força Aérea Portuguesa. Nesse aspeto, Nuno Melo confirmou o discurso do Almirante Silva Ribeiro em 2022, enquanto Chefe de Estado Maior General das Forças Armadas, que relacionou este tipo de aeronave com as missões que Portugal desempenha na região do Sahel em África, ao abrigo das Nações Unidas: "uma aeronave destas tem características ideais para operar em África, onde Portugal tem várias missões. Por causa do pó, por causa de pistas curtas, em más condições. É uma aeronave muito boa, assim identificada para operar neste tipo de cenários. Mas também em diferentes contextos, também europeus e onde Portugal tem muitas outras missões".  Dentro destes cenários é assim fácil de prever que sejam a empenhar em missões de apoio aéreo próximo, contrainsurgência, vigilância ou até interceção de slow movers (aeronaves lentas).

Além disso, e tal como transcrito acima, Nuno Melo mencionou igualmente a formação de pilotos, missão para a qual o Super Tucano é adequado e para a qual foi já avaliado por pilotos portugueses.

Panóplia de armamento que o A-29 pode carregar nos pontos fixos das asas e fuselagem    Infografia: Embraer

Fica assim em aberto a possibilidade dos Super Tucano serem uma frota partilhada por duas Esquadras de voo distintas (uma de treino e outra de combate), à semelhança do que sucedeu com o Alpha Jet, partilhado pelas Esquadras 103 e 301, até 2005.

A Lei de Programação Militar revista em 2023 ainda pelo anterior Governo, tem um orçamento de 180,5M EUR alocados ao "programa de aquisição de aeronave de apoio próximo", onde encaixa o Super Tucano.

Diga-se ainda que a Embraer tem até uma dúzia de Super Tucano de "cauda branca" (ie: construídos sem comprador atribuído) praticamente prontos para entrega, pelo que o programa poderá ter uma execução bastante rápida, assim seja assinado o contrato.

É esperar para ver.



CARETO AIR SHOW 24 EM BRAGANÇA - Programa Atualizado [M2507 - 52/2024]

Cartaz do Careto Air Show 24
 

Devido à previsão de condições meteorológicas adversas, a organização do CARETO AIRSHOW 24, teve de fazer alterações na programação do evento. 

Todas as atividades se mantêm, mas com uma calendarização diferente, para garantir segurança e conforto em cada uma das iniciativas previstas.

𝐃𝐢𝐚 𝟐𝟗 𝐝𝐞 𝐣𝐮𝐧𝐡𝐨 (𝐬á𝐛𝐚𝐝𝐨) 

𝟎𝟗𝐡𝟎𝟎 – 𝐃𝐞𝐬𝐟𝐢𝐥𝐞 𝐝𝐞 𝐂𝐥á𝐬𝐬𝐢𝐜𝐨𝐬 – 𝐂𝐚𝐬𝐭𝐞𝐥𝐨 𝐝𝐞 𝐁𝐫𝐚𝐠𝐚𝐧ç𝐚 

𝟏𝟎𝐡𝟎𝟎 – 𝐂𝐚𝐫𝐞𝐭𝐨 𝐂𝐚𝐦𝐩 – 𝐂𝐫𝐨𝐬𝐬𝐟𝐢𝐭 

𝟏𝟏𝐇𝟎𝟎 – 𝐁𝐚𝐭𝐢𝐬𝐦𝐨𝐬 𝐝𝐞 𝐕𝐨𝐨 𝐝𝐚 𝐅𝐨𝐫ç𝐚 𝐀é𝐫𝐞𝐚

𝟏𝟐𝐡𝟎𝟎 – 𝐌𝐢𝐬𝐬𝐚 𝐂𝐚𝐦𝐩𝐚𝐥

𝟏𝟐𝐡𝟎𝟎- 𝟎𝟐𝐡𝟎𝟎 – 𝐒𝐭𝐫𝐞𝐞𝐭 𝐅𝐨𝐨𝐝 / 𝐓𝐚𝐬𝐪𝐮𝐢𝐧𝐡𝐚𝐬 

𝟏𝟕𝐡𝟎𝟎 – 𝟐𝟏𝐡𝟎𝟎 – 𝐕𝐨𝐨𝐬 𝐝𝐞 𝐃𝐢𝐯𝐮𝐥𝐠𝐚çã𝐨 𝐞 𝐒𝐨𝐥𝐢𝐝á𝐫𝐢𝐨𝐬

𝟏𝟖𝐡𝟎𝟎 – 𝐓𝐫𝐞𝐢𝐧𝐨𝐬 𝐚𝐜𝐫𝐨𝐛á𝐭𝐢𝐜𝐨𝐬 

𝟐𝟐𝐡𝟎𝟎 – 𝐎𝐢𝐭𝐞𝐧𝐭𝐚𝐦𝐞𝐧𝐭𝐞 (𝐅𝐞𝐬𝐭𝐚 𝐝𝐨𝐬 𝐀𝐧𝐨𝐬 𝟖𝟎)

 

𝐃𝐢𝐚 30 (𝐝𝐨𝐦𝐢𝐧𝐠𝐨) 

𝟏𝟏𝐡𝟑𝟎 – 𝐅ó𝐫𝐮𝐦 𝐝𝐞 𝐀𝐯𝐢𝐚çã𝐨 𝐂𝐢𝐯𝐢𝐥

𝟏𝟐𝐡𝟎𝟎 – 𝐉𝐃𝐂 𝐀𝐜𝐚𝐝𝐞𝐦𝐢𝐚 𝐊𝐢𝐝𝐬

𝟏𝟐𝐡𝟎𝟎- 𝟎𝟐𝐇𝟎𝟎 – 𝐒𝐭𝐫𝐞𝐞𝐭 𝐅𝐨𝐨𝐝 / 𝐓𝐚𝐬𝐪𝐮𝐢𝐧𝐡𝐚𝐬 

𝟏𝟓𝐡𝟎𝟎 – 𝐅𝐞𝐬𝐭𝐢𝐯𝐚𝐥 𝐀𝐜𝐫𝐨𝐛á𝐭𝐢𝐜𝐨 

𝟏𝟖𝐡𝟏𝟓 – 𝟐𝟏𝐡𝟎𝟎 – 𝐕𝐨𝐨𝐬 𝐝𝐞 𝐃𝐢𝐯𝐮𝐥𝐠𝐚çã𝐨 𝐞 𝐕𝐨𝐨𝐬 𝐒𝐨𝐥𝐢𝐝á𝐫𝐢𝐨𝐬

𝟐𝟏𝐡𝟑𝟎 – 𝐄𝐝𝐮𝐚𝐫𝐝𝐨 𝐌𝐚𝐝𝐞𝐢𝐫𝐚 (𝐒𝐭𝐚𝐧𝐝-𝐔𝐩 𝐂𝐨𝐦𝐞𝐝𝐲) 

𝟐𝟐𝐡𝟑𝟎 𝐀𝐫𝐫𝐚𝐢𝐚𝐥 – 𝐁𝐚𝐧𝐝𝐚 𝟒


Fonte: Aero Clube de Bragança



FUZILEIROS PORTUGUESES EM EXERCÍCIO LIGHT AND FAST 2024 NA LITUÂNIA [M2506 - 51/2024]

Fuzileiros portugueses em infiltração vertical numa embarcação através de um helicóptero AS365 Dauphin da FA Lituana     Foto: EMGFA 
 
Foto: EMGFA

A Força de Fuzileiros Destacada na Lituânia terminou o exercício LIGHT AND FAST 2024, onde foi testado e implementado o inovador conceito de emprego de Forças de Fuzileiros, na sua plenitude.

Foto: EMGFA

Foto: EMGFA

Este conceito, assenta em forças ligeiras e altamente flexíveis, com elevado poder de fogo e superioridade tecnológica, capazes de realizar operações distribuídas, com ênfase na rapidez e exploração do efeito surpresa.

Foto: EMGFA
Desde o início de 2023 que este conceito tem vindo a ser implementado no Corpo de Fuzileiros, no entanto, este foi o primeiro exercício, que combinou todas as vertentes do mesmo, empregando um Destacamento de Fuzileiros, com três Grupos de Combate, reforçado com um Elemento de Assalto Anfíbio, bem como a capacidade de Operações Especiais, segundo o novo conceito da Marinha Portuguesa, englobando os Elementos de Ações Especiais, Mergulhadores de Combate e Abordagem. A Força contou ainda com apoio de Sistemas Aéreos Não-tripulados, integrados em todas as ações.

Foto: EMGFA

Exfiltração da força de Fuzileiros através do que parece ser um helicóptero Mi-8/17       Foto: EMGFA

O exercício contou com a participação de diversas unidades da Marinha, Exército e Força Aérea lituanas, num total de cerca de 250 militares envolvidos, testando toda a componente de Comando, Controlo e Comunicações entre forças Aliadas, contribuindo para o esforço conjunto dentro do mandato das NATO Assurance Measures.


Fonte: EMGFA



quarta-feira, 26 de junho de 2024

ENTREGA OFICIAL DO SEGUNDO KC-390 DA FORÇA AÉREA PORTUGUESA [M2505 - 50/2024]

Cerimónia de entrega do "02" no Brasil       Foto: Embraer

A Embraer entregou oficialmente hoje, 26 de junho de 2024, a segunda aeronave multimissão KC-390 (n/c 26802 e n/s 39000015) para a Força Aérea Portuguesa (FAP), em cerimónia realizada nas instalações do fabricante em Gavião Peixoto.

A cerimónia de entrega, na qual marcou presença o Chefe do Estado-Maior da Força Aérea, General João Cartaxo Alves, incluiu a assinatura do termo de transferência de propriedade e a entrega das chaves da aeronave.

À esquerda o Gen. Cartaxo Alves, Chefe de Estado-Maior da Força Aérea Portuguesa   Foto: Embraer

“Com a entrega desta segunda aeronave, vamos acelerar a integração desta capacidade diferenciada na Força Aérea Portuguesa, possibilitando o desenvolvimento de missões operacionais e a preparação de mais tripulantes e técnicos de manutenção para o futuro que se aproxima. Já alcançámos resultados com a primeira unidade, e veremos os KC-390 portugueses voar por todo o mundo com a chegada da segunda aeronave, que seguirá comprovando a sua capacidade, versatilidade e disponibilidade, além de proporcionar valor agregado de missão para Portugal, os seus parceiros e para as suas alianças”, disse na ocasião o General João Cartaxo Alves, Chefe do Estado-Maior da Força Aérea Portuguesa.

“A segunda entrega do KC-390 Millennium para a Força Aérea Portuguesa é mais um passo importante no processo de internacionalização da nossa aeronave, que está aumentando seu reconhecimento no mercado, particularmente entre as nações da OTAN. A Força Aérea Portuguesa é um parceiro de longo prazo da Embraer e tem nos apoiado estrategicamente desde o início do programa. Continuaremos trabalhando em conjunto para avançarmos em nossa parceria nos próximos anos”, disse Bosco da Costa Junior, Presidente e CEO da Embraer Defesa & Segurança.

Desde a entrada em operação na Força Aérea Brasileira, em 2019, e na Força Aérea Portuguesa, em 2023, o C-390 comprovou a sua capacidade, confiabilidade e desempenho. A atual frota de aeronaves em operação acumula mais de 13.000 horas de voo, com disponibilidade operacional em torno de 80% e taxas de conclusão de missão acima de 99%, demonstrando excepcional produtividade na categoria, acrescentou a Embraer na nota de imprensa divulgada.

O C-390 pode transportar mais carga útil (26 ton.) em comparação com outras aeronaves de transporte militar de médio porte e voa mais rápido (470 nós) e mais longe, sendo capaz de realizar uma ampla gama de missões, como transporte e lançamento de cargas e tropas, evacuação aeromédica, busca e salvamento, combate a incêndios e missões humanitárias, operando em pistas não pavimentadas, em superfícies como terra compactada e cascalho. A aeronave configurada para reabastecimento aéreo, com a designação KC-390, já comprovou a sua capacidade tanto como tanque quanto como receptor, neste caso recebendo combustível de outro KC-390 utilizando cápsulas (pods) instalados sob as asas.

O segundo KC-390 da FAP com o número de cauda 26902 e número de série 39000015     Foto: Embraer

O modelo português conta com equipamentos que atendem ao padrão da NATO (Organização do Tratado do Atlântico Norte) já integrados na aeronave e em conformidade com os requisitos estabelecidos pela Autoridade Aeronáutica Nacional (AAN) de Portugal. 

Em 2019, a FAP adquiriu cinco KC-390, incluindo um pacote abrangente de serviços e suporte e um simulador de voo. A primeira aeronave entrou em serviço em outubro de 2023 na Base Aérea nº11 em Beja.

Esta segunda aeronave fará dentro em breve o voo até Portugal, mais concretamente para a Base Aérea N.º 11, em Beja, para operação pela Esquadra 506 - "Rinocerontes".


Fonte: Embraer e FAP
Adaptação: Pássaro de Ferro
Agradecimentos: Guilhereme Wiltgen



terça-feira, 25 de junho de 2024

F-16 E P-3 PORTUGUESES NO EXERCÍCIO BALTOPS 24 [M2504 - 49/2024]

Meios da FAP no exercício BALTOPS 24     Foto FAP via EMGFA

A Força Aérea Portuguesa  participou no exercício internacional aeronaval BALTOPS 24 no Mar Báltico, com quatro aeronaves F-16M e um P-3C CUP+, destacadas na base aérea de Siauliai, na Lituânia, segundo divulgou o Estado Maior General das Forças Armadas (EMGFA), em nota de imprensa e nas redes sociais. 

F-16AM da Força Aérea Portuguesa    Foto FAP via EMGFA

P-3C CUP+  da FAP Foto FAP via EMGFA

O exercício decorreu de 7 a 20 de junho, com o objetivo de melhorar a segurança marítima na região através da parceria e da partilha de recursos, e reforçar a cooperação entre os Estados Bálticos. Envolveu mais de 50 navios, mais de 85 aeronaves e aproximadamente 9.000 militares provenientes de 20 países membros da NATO. 

F-16 e P-3 em voo de formação  Foto FAP via EMGFA

As aeronaves portuguesas, que estiveram envolvidas no exercício a partir de dia 17, participaram em vários tipos de missões, incluindo policiamento aéreo, guerra antissubmarina, reconhecimento e apoio aéreo próximo, às forças terrestres e marítimas. Segundo o EMGFA, "a participação portuguesa não só demonstrou a capacidade operacional e a prontidão dos seus militares, como também fortaleceu os laços de cooperação com as forças aliadas através de missões de integração". 

Vista do cockpit de um dos F-16M        Foto FAP via EMGFA

Liderado pelas Forças Navais dos EUA na Europa-África e pela Sexta Frota da US Navy e orquestrado pelas Forças Navais de Ataque e Apoio da NATO (STRIKFORNATO) a partir da sua sede em Oeiras, Portugal, o BALTOPS 24 é um marco significativo na história marítima da NATO.  

O BALTOPS 24 reforça as capacidades dos Aliados e reafirma o papel fundamental da NATO como pedra angular da segurança e estabilidade europeias. Trata-se de um exercício multidomínio, com foco marítimo e que reuniu 20 nações, incluindo a Suécia, participando pela primeira vez como membro de pleno direito da NATO. As forças aliadas envolveram-se num conjunto diversificado de operações no mar, no ar e em terra, desde manobras anfíbias complexas até artilharia aérea e naval de precisão, guerra antissubmarina e sofisticada desminagem.

P-3C CUP+ e dois F-16M da FAP         Foto FAP via EMGFA

“O BALTOPS24 também viu um número sem precedentes de meios aéreos, terrestres e marítimos operando juntos na região do Mar Báltico”, disse o Major da Força Aérea Finlandesa Tapio Yli-Nisula, ponto de contacto do BALTOPS no Centro de Operações Aéreas Combinadas da NATO em Uedem, que planeou e executou todos os movimentos de voo do BALTOPS. “Cerca de 600 missões aéreas diversas foram conduzidas, envolvendo ativos de sistemas aéreos de asa fixa, asa rotativa e pilotados remotamente, operando tanto em terra quanto no mar, proporcionando efeito combinado no ar para benefício mútuo de treinamento”, acrescentou.

Avanços assinaláveis ​​deste ano incluíram o empenhamento de veículos não tripulados, sistemas de gestão logística da próxima geração e táticas anfíbias inovadoras, sublinhando a agilidade e a preparação da NATO para enfrentar os desafios de segurança contemporâneos. Todos os anos, o BALTOPS funciona como um laboratório de inovação, exemplificando uma Aliança do século XXI que se adapta e evolui continuamente, integrando tecnologias futuras nas operações actuais e promovendo desenvolvimentos de ponta entre as nações Aliadas.

O BALTOPS 24 sublinha o compromisso firme da NATO em salvaguardar a liberdade de navegação no Mar Báltico – um canal essencial para o comércio marítimo global e as rotas energéticas. Garantir que estas vias navegáveis ​​vitais permaneçam abertas, seguras e acessíveis é crucial para sustentar a prosperidade económica e a estabilidade regional para os mil milhões de cidadãos da NATO.

Os meios aéreos portugueses continuarão destacados na Lituânia até ao final de julho, no âmbito das Enhanced Air Policing e Assurance Measures da NATO, que são parte integrante do esforço da NATO para proteger o espaço aéreo dos países bálticos, essencial para garantir a segurança e a integridade territorial da Aliança Atlântica.


Fonte: EMGFA e NATO PAO



domingo, 23 de junho de 2024

COMEMORAÇÕES DO 72º ANIVERSÁRIO DA FORÇA AÉREA PORTUGUESA EM PORTIMÃO - Programa [M2503 - 48/2024]

 

A Força Aérea Portuguesa irá celebrar o seu 72.º aniversário em Portimão, com um programa de eventos que inclui cerimónias militares; exposições várias; demonstrações de capacidades; desfile aéreo; momentos musicais e concertos; batismos de voo, entre muitas outras atividades.

F-16 de exibição da Força Aérea Portuguesa com pintura comemorativa dos 30 anos da frota, revelado em Portimão

De 29 de junho a 7 de julho, quem se dirigir a Portimão poderá disfrutar de uma exposição da Força Aérea, onde os visitantes poderão conhecer as missões, assistir a demonstrações e experienciar a arte de voar; uma corrida e caminhada em local inédito, em pleno Autódromo do Algarve para a qual já se inscreveram mais de 500 pessoas; uma cerimónia militar que marca os 72 anos da Força Aérea e que terá como ponto alto um desfile aéreo de aviões e helicópteros; uma prova de orientação em sistema navitabi; atividades desportivas na Praia da Rocha e uma demonstração de capacidades com simulações de resgate na água, ações de salvamento, exibição de infiltração de tropas, acrobacia aérea, a ter lugar também na Praia da Rocha, entre outras.

VÍDEO PROMOCIONAL

A apresentação do programa foi realizada no Salão Nobre da Câmara Municipal de Portimão e contou com a presença do Chefe do Estado-Maior da Força Aérea, General João Cartaxo Alves, e do Vice-presidente da Câmara Municipal de Portimão, Álvaro Bila, tendo sido ainda lançado o livro “Voar para Salvar 2023”, uma edição da Força Aérea que reflete as missões realizadas pela Instituição durante o ano passado em prol da população e relacionadas com emergências civis.

Livro "Voar para Salvar 2023”       Foto: FAP

Os eventos irão decorrer quando Portimão comemora também o centenário da elevação a cidade. 

Monumento com Fiat G.91 no jardim Gil Eanes em Portimão
Refira-se a título de curiosidade, que no Jardim Gil Eanes, em Portimão, existe um monumento com uma aeronave Fiat G.91, doada pela Força Aérea à cidade algarvia. Espera-se por isso que esta ocasião seja aproveitada para que a mesma seja alvo de recuperação adequada por parte da edilidade, dado o estado de degradação que já apresenta.

PROGRAMA


DIA 19 DE JUNHO
10h00
Exposição da história da Força Aérea
Centro Comercial Aqua (até 7 de julho)

10h30
Exposição de pintura aeronáutica de António de Lemos Viana
Casa-Museu Manuel Teixeira Gomes (até 3 de julho)

DIA 29
Atividade de orientação
Diariamente até 7 de julho, junto à Exposição da Força Aérea

17h00
Cerimónia de hastear das bandeiras
Praça do Município

18h00
Inauguração da Exposição da Força Aérea
Zona Ribeirinha de Portimão (até 7 de julho)

18h30
Inauguração da Exposição 30 anos do F-16 na FAP
Lota Velha de Portimão (até 7 de julho)

DIA 30
10h00-12h00
Treina com a FAP
Praia da Rocha

22h30
Concerto Popular
Banda de Música da Força Aérea
Zona Ribeirinha de Portimão
Junto ao Clube Naval

23h55
Espetáculo visual com drones
Zona Ribeirinha de Portimão
Junto ao Clube Naval

DIA 1 DE JULHO
9H00
Jornadas de Psicologia
Museu de Portimão

9h45
Exposição de aguarelas de António Six
Museu de Portimão (até 7 de julho)

10h45
Inauguração de monumento alusivo ao 72º aniversário da FAP
Zona Ribeirinha de Portimão

11h15
Demonstração de Busca e Salvamento com helicóptero AW119 Koala
Jardim Visconde Bivar

18h00
Corrida e caminhada
Autódromo Internacional do Algarve

22h00
Concerto Popular
Banda de Música da Força Aérea
Antiga Lota de Alvor

DIA 2
10h00-12h00 e 16h00-19h00
Atividades desportivas
Praia da Rocha

Momento Musical Surpresa
Alvor e Portimão

DIA 3
Batismos de Voo
Aeroporto de Faro

Momento Musical Surpresa
Alvor e Portimão

10h00-12h00 e 16h00-19h00
Atividades desportivas
Praia da Rocha

DIA 4
Batismos de Voo
Aeroporto de Faro

10h00-12h00 e 16h00-19h00
Atividades desportivas
Praia da Rocha

22H00
Concerto Popular
Banda de Música da Força Aérea
Junto à Igreja de Mexilhoeira Grande

DIA 5
10h00-12h00 e 16h00-19h00
Atividades desportivas
Praia da Rocha

DIA 6
10h00 
Cerimónia Militar
Av. Capitão Fernandes Leão Pacheco
Portimão

21h00
Concerto Oficial
Banda de Música da Força Aérea
Teatro Municipal de Portimão

DIA 7
11h00
Missa de Ação de Graças e Sufrágio
Igreja Matriz de Nossa Senhora da Conceição
Portimão

16h00
Demonstração de Capacidades da FAP
Praia da Rocha

18h30
Cerimónia de arriar das bandeiras
Praça do Município
Portimão


NOTA: O Pássaro de Ferro não se responsabiliza por qualquer eventual alteração ao programa ou informação veiculada




sábado, 22 de junho de 2024

DAKOTAS SOBRE FRANÇA - Comemorações dos 80 anos do Dia D [M2502 - 47/2024]


No dia 11 de junho teve lugar o evento "Daks over LFA", em La Ferte-Allais, França, onde foi possível ver e fotografar três dos C-47s que voaram desde os Estados Unidos, para participar das celebrações do 80º aniversário do Dia D sobre a Normandia. 



Os fundos arrecadados com a sessão de fotos também foram destinados ao financiamento dos voos das aeronaves, uma vez que só é possível manterem-se a voar com doações. Estiveram presentes duas aeronaves veteranas do Dia D, os C-47 "Thats All, Brother" e "Placid Lassie", e um DC-3, da Western Air Lines, que embora nunca tenha efetuado missões de guerra, recibos e documentos mostraram que aparentemente operou em contratos de carga militar durante o conflito. 

O DC-3 da Western Airlines

As aeronaves realizaram a travessia do Atlântico Norte pela "Rota Blue Spruce", ie: Canadá-Gronelândia-Islândia-Escócia. Os voos ocorreram aproximadamente entre 20 e 25 de maio, com algumas das aeronaves voando um total de cerca de 42 horas. Suportar condições muito frias em voos de 3-4 horas foi apenas uma prova da dedicação das equipas e voluntários, para poder trazer estas honrosas joias veteranas, de volta à Europa.

"Thats All, Brother"

O "Thats All, Brother" terminou a construção a 7 de março de 1943, na fábrica da Douglas Aircraft em Oklahoma City, Oklahoma, EUA. No dia 8 de março de 1944, foi entregue à USAAF no Baer Army Airfield em Indiana. A 16 de abril de 1944 partiu para a Inglaterra, com o Comando de Transporte Aéreo. Nas últimas horas do dia 5 de junho de 1944, o C-47 "Thats All, Brother" descolou e foi a aeronave líder da principal invasão aerotransportada de 821 Skytrains, no que viria a ser conhecido como Dia D, o início do fim da Segunda Guerra Mundial. Às 00:48, a luz verde foi dada pelo Tenente Coronel John M. Donalson, o piloto comandante e Comandante do 438º Grupo de Transporte de Tropas e assim começou a invasão da França. Os 821 Skytrains voaram em formação em V de 9 aeronaves que formaram uma linha sólida de C-47s que durou 5 horas. Com o "Thats All, Brother" na liderança desse massivo assalto aerotransportado, acabaram lançando 13.000 paraquedistas atrás das linhas inimigas sobre a Normandia. Retornou em segurança e foi a primeira aeronave a regressar, após o lançamento dos paraquedistas. A aeronave continuou a participar das seguintes operações: Operação Dragoon (15 de agosto de 1944), Operação Market Garden nos Países Baixos (17 a 25 de setembro de 1944), Operação Varsity (24 de março de 1945 a 2 de maio de 1945), até que a 4 de agosto de 1945 retornou aos EUA. A Força Aérea Comemorativa restaurou o "Thats All, Brother" na sua configuração original, para trazê-la ao 75º aniversário do Dia D em 2019. Voaria novamente desde San Marcos, Texas, até à Europa, para celebrar o 80º aniversário do Dia D.

"Placid Lassie"

O "Placid Lassie" foi completado em julho de 1943 na Douglas Aircraft Company em Long Beach, Califórnia. Foi atribuído ao 74º Esquadrão de Transporte de Tropas, 434º Grupo de Transporte de Tropas em agosto de 1943 e voou para a Europa pela Rota do Atlântico Sul, no final de setembro de 1943, chegando a Inglaterra em 18 de outubro de 1943. Durante o inverno, tomou parte no treino de paraquedistas em Inglaterra. No dia 6 de junho de 1944, às 02:00, o "Placid Lassie" descolou com o resto do 74º Esquadrão de Transporte de Tropas, rebocando planadores, transportando 155 homens e carga para a 101ª Divisão Aerotransportada do Exército dos EUA. Às 21:00 descolou novamente, rebocando outro planador para a Normandia. Por vários dias após a invasão do Dia D, voou múltiplas missões de reabastecimento para a 101ª em França. O "Placid Lassie" passou 18 meses, a partir de outubro de 1943, na Inglaterra e na Europa e participou das seguintes operações: Operação Neptuno (6 de junho de 1944), Operação Market Garden nos Países Baixos (17 a 25 de setembro de 1944), Operação Repulse em Bastogne (23 a 26 de dezembro de 1944) e Operação Varsity (24 de março de 1945 a 2 de maio de 1945). Retornaria aos EUA, conhecendo vários proprietários até 2000, quando foi deixado ao abandono. Foi resgatado em janeiro de 2010, para ser restaurado para o 75º aniversário do primeiro voo do DC-3. A venda foi realizada em maio e um feito notável foi alcançado para prepará-lo para o EAA Oshkosh Airventure. A restauração ocupou sete semanas de trabalho de mais de 17 horas, 7 dias por semana, para deixá-lo pronto e restaurado. Foi-lhe dado inicialmente o nome "Union Jack Dak", quando após algumas pesquisas se descobriu que era na verdade um C-47 que havia participado na II Guerra Mundial. Foi então que o seu operador de rádio original da época da guerra, Ed Tunison, que ainda estava vivo, foi levado ao 70º aniversário do Dia D, para se reunir com a sua aeronave e informou os proprietários que o "Union Jack Dak" era na verdade conhecido como "Placid Lassie" durante a guerra.

Além dos C-47 Dakota Aliados, o evento contou ainda com a participação de um Ju-52 "inimigo"





Texto e fotos: Andrew Timmerman



ARTIGOS MAIS VISUALIZADOS

CRÉDITOS

Os textos publicados no Pássaro de Ferro são da autoria e responsabilidade dos seus autores/colaboradores, salvo indicação em contrário.
Só poderão ser usados mediante autorização expressa dos autores e/ou dos administradores.

 
Design by Free WordPress Themes | Bloggerized by Lasantha - Premium Blogger Themes | Laundry Detergent Coupons
>