Nos passados dias 1 e 2 de junho, decorreu na Base Aérea nº11, em Beja (BA11), mais uma edição do “Beja Air Show”.
Anunciado ainda no início do presente ano, desde cedo começou a concitar atenções e a exponenciar expectativas, na justa medida em que os anúncios para o cartaz o iam tornando mais e mais aliciante.
O evento contou com participações importantes, algumas, ou melhor dizendo, uma boa parte delas integrantes de dois exercícios militares habituais na BA11, o “Real Thaw” e o “Hot Blade” que decorriam nessa altura.
Aos meios aéreos em operação, juntaram-se mais alguns, convidados para o efeito, sobretudo as patrulhas acrobáticas ("Marche Verte" de Marrocos; "Aguilla" e "Team Velarde", de Espanha; Yakstars, com pilotos portugueses e espanhóis ea Patrouille Suisse, do país dos cantões). A tudo isto se somaram os "Falcões Negros" e os "Royal Air Force Falcons". Mas a contabilidade continua.
RAF "Falcons" que na sua descida efetuam uma notável coreografia, com excelentes efeitos visuais.
Patrulha "Aguilla" - Espanha.
Patrulha "March Verte", Marrocos
"Patruille Suisse", com a notável precisão dos helvéticos.
Juntou-se igualmente o “solo display” do JAS-39 Gripen Magiar e a dupla gaulesa “desviada” do Real Thaw - Cocteau Delta – nos potentes Mirage 2000D. Tudo somado a mais alguns meios aéreos operados pela Força Aérea Portuguesa e, um pouco à última da hora, três importantes visitantes.
Os franceses marcaram presença com os seus Mirage 2000D, que integraram o exercício Real Thaw e que apresentaram a dupla "Cocteau Delta".
Um dos momentos altos da excelente exibição do JAS-39 Gripen da Força Aérea Húngara foi o lendário "dump&burn", celebrizado pelos F-111, sobretudo australianos, que consiste na largada de combustível junto ao bocal de exaustão, provocando uma labareda.
Nada mais nada menos do que três caças de quinta geração, os Lockheed Martin F-35A Lightning II, uma parelha norte americana - oriunda da base de Lakeneath em Inglaterra - e um exemplar da Força Aérea de Itália. Estes, de certo modo, tornearam as inesperadas (porque quase desde o início anunciadas) ausências dos F-15 norte americanos e do solo Display do Eurofighter Typhoon da vizinha Espanha. Estes foram os ausentes mais presentes em algumas conversas.
Por ser a primeira vez que marcaram presença em céus nacionais, este trio de “invisíveis” ilustres foi bem visto e revisto por milhares de curiosos - uns mais informados do que outros nos seus comentários a eles relativos- mas todos realmente cativados pela presença “sombria” daquelas três aeronaves, que marcaram de forma incontornável, sobretudo, a componente de exposição estática do evento.
Ainda assim, sobrou o ligeiro amargo de boca de não ter sido possível ver pelo menos um deles a evoluir, pelos céus, publicamente, lamento facilmente apurado nas quase sempre entusiasmadas conversas dos espectadores presentes.
Durante a manhã com o sol pelas costas e de tarde na incontornável (e para os fotógrafos malfadada) contraluz portuguesa, o Beja Air Show foi cumprindo com mais ou menos apurada sequência, a sua agenda.
As exibições sucederam-se como o previsto, muito embora se escutassem repetidos lamentos relativos à colocação das aeronaves da exposição estática que, numa zona bastante abrangente e colocadas entre o público e as zonas de ação/exibição, impediram a visualização minimamente desimpedida de algumas demonstrações, sobretudo as protagonizadas pelos diversos meios de asa rotativa. Uma situação a reequacionar e a evitar, desejavelmente, em futuras edições.
Espectadores de todas as idades, de olhos postos nas aeronaves e no céu!
As duas plataformas de treino de pilotos na Força Aérea. Os TB-30Epsilon no ar e Chipmunk já no solo.
Foto de família nos céus da BA11. Os três tipos de Helicópteros presentemente em operação pela Força Aérea.
Largada de homens no solo por um EH-101 Merlin, vigiado em fundo por um Koala. Os Helis da casa a mostrar do que são capazes.
O inimitável ruído do rotor de dupla pá do austríaco Bell 212 que nos reporta, sem dúvida, para filmes como Platoon e para todo o imaginário da Guerra do Vietname.
Os UH-60 Black Hawk da Esquadra 551, Panteras, fizeram a sua estreia em eventos aéreos públicos nacionais. Um helicóptero com muita história e com muito ainda para dar nas missões que lhe estão atribuídas.
Desde que Portugal vendeu F-16 à Roménia que o vislumbre destes já velhos Viper com outras cores é sempre do agrado de todos. Na imagem, o F-16AM 1617, o ex. FAP 15141, a taxiar para depois descolar na missão COMAO.
O KC-390 continua a ser uma das estrelas mais brilhantes na Força Aérea, provando ser uma aeronave extremamente apta e versátil. E efetuou uma bela passagem rápida e baixa, cruzada às pistas, aqui retratada.
Um AS-532 Cougar da Suíça, participante no exercício Hot Blade.
Formação Falcon 50 e KC-390
A Esquadra 601 - Lobos apresentou duas das suas aeronaves (P-3C Cup+), uma delas, a mais recente (s/n 24817), adquirida à Alemanha.
Ambos os dias se pautaram por bastante calor – normal no Alentejo, como é bom de ver – mas que não foi suficiente para afastar largos milhares de pessoas que acorreram de todo o mundo (Espanha, Brasil, EUA, Polónia, Alemanha, por exemplo...) a este evento, ocupando os espaços e as sombras disponíveis.
Os programas de sábado e domingo eram praticamente idênticos, tanto nas presenças como no alinhamento, exceção feita às operações COMAO dos exercícios já citados que se realizaram no domingo, de modo a enriquecer o evento com as descolagens, demonstrações e aterragens.
E-3F de França
Os L-159 da Chéquia foram uma presença interessante, tendo efetuado um simulacro de ataque à base.
Já relativamente próximo do fim das atividades do Festival Aéreo, no domingo, o acidente com a Patrulha “Yakstars” e a perda do piloto espanhol Manuel "Coco" Rey Cordeiro acabou por marcar de forma menos positiva o evento.
Patrulha Luso-Espanhola "Yakstars".
Ainda assim e apesar do sucedido, foram dois dias bem passados, bem preenchidos com aviões e helicópteros, no chão ou no ar, com prováveis dores de pescoço e uma ou outra queimadura pelo sol quente da terra alentejana.
Como sempre, os F-16 nacionais encerram as festas. Este ano, apenas uma discreta parelha (QRA), vinda de Monte Real, que efetuou algumas passagens - umas mais rasgadinhas do que outras - mas sempre bem ruidosas, marcando assim a imprescindível presença das duas esquadras de caça da arma aérea nacional.
Caído o pano sobre a edição de 2024 do Beja Air Show, voltou a ser demonstrado que estar perto deste “mundo” nunca é tempo mal empregue e o fascínio pelo voo e pelo desafio das leis da física continuam a mover vontades e paixões, em todo o lado.
Como da primeira vez.
Nota: Agradecimentos ao André Carvalho pela fotografia "dump&burn" cedida.
Reportagem: Equipa Pássaro de Ferro, em Beja - António Luís, Paulo Mata e Rui Ferreira,
4 Comentários:
E lá estaremos para o ano, para mais uma edição do NATO Tiger Meet, que acredito esteja integrada no conjunto de exercícios que a FAP tem conseguido realizar.
É como digo,
FUMOS
SIGA!
Rui Ferreira
5513
Excelente peça jornalística. Excelente fotos. Parabéns
O festival foi muito bom. Os Mirage 2000D deram um espetáculo muito bom assim como o "húngaro". Foi pena o acidente. Para a "família aérea" foi um dia triste. Parabéns pela reportagem.
Os marroquinos não tinham nada que lá estar. Estes indivíduos desleais e falsos, que beijam a mão pela frente e insultam alegremente pelas costas, praticam a “taqiya” (a prática da dissimulação e da mentira para atingir o seu objetivo: nomeadamente o estabelecimento do Islão onde quer que vão). Não tenho qualquer confiança neles. Regozijam-se por terem escravizado os povos cristãos da Península Ibérica no século VIII. Nunca mais convidar esses gajos.
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