A-29 Super Tucano da Embraer, que esteve recentemente no Beja Air Show |
Na quarta-feira 25 de junho de 2024, naquela que foi a primeira presença como ministro da Defesa, na Comissão de Defesa Nacional, Nuno Melo revelou entre os pontos identificados como prioritários dentro da indústria de defesa, que se está "a ultimar o que será a concretização [da compra] de uma aeronave de ataque ao solo, de base Embraer com tecnologia portuguesa incorporada (...) à imagem do KC [390], que tem dado grande resultado" e que é o Super Tucano.
Trata-se de uma aeronave monomotor a hélice, capacitada para desempenhar missões de ataque leve, reconhecimento armado, além de treino avançado de pilotos.
Segundo Nuno Melo, é "um projeto que vai ser legalmente aprovado e vai passar do plano das intenções, para a concretização política e legislativa, muito em breve. (...) Um projeto virtuoso que incorpora na aeronáutica, altamente tecnológica, muita da indústria e do conhecimento português, com vantagem em posteriores vendas, formação de pilotos, ligando a Economia à Defesa"
Quando inquirido pelo deputado da IL, Rodrigo Saraiva, sobre se Portugal correrá o risco de ficar isolado na NATO na utilização do Super Tucano, o ministro da Defesa respondeu que "a grande razão de ser da intervenção da indústria portuguesa no projeto Super Tucano, tem que ver precisamente com o contexto NATO", concretizando que será a indústria portuguesa a habilitar a aeronave "para operar no contexto NATO", confirmando haver já "intenções de compra de países NATO e de países que não são NATO".
Estar-se-á portanto a referir ao modelo A-29N do Super Tucano, anunciado pela Embraer com a assinatura do acordo entre o Estado português e a Embraer em março de 2023, para o desenvolvimento, produção e suporte à operação desta aeronave, pela indústria portuguesa.
Segundo a Embraer, o modelo A-29N, irá dispor nas suas capacidades de combate de uma transmissão de dados aumentada e de acordo com os padrões NATO, bem como capacidade de operação por apenas um piloto. Já para as missões de treino, permitirá entre outras valências, treinar com controladores aéreos de combate (JTAC -Joint Terminal Attack Controller) e em ambientes de realidade virtual, aumentada e mista.
O cockpit bilugar do A-29 pode servir tanto para missões de treino como de vigilância ou de coordenação tática |
Desde que se começou a falar da aquisição de aeronaves de asa fixa a hélice, como o Super Tucano para as Forças Armadas portuguesas, muito se tem conjeturado e especulado sobre qual o tipo de missão em que serão empenhadas na Força Aérea Portuguesa. Nesse aspeto, Nuno Melo confirmou o discurso do Almirante Silva Ribeiro em 2022, enquanto Chefe de Estado Maior General das Forças Armadas, que relacionou este tipo de aeronave com as missões que Portugal desempenha na região do Sahel em África, ao abrigo das Nações Unidas: "uma aeronave destas tem características ideais para operar em África, onde Portugal tem várias missões. Por causa do pó, por causa de pistas curtas, em más condições. É uma aeronave muito boa, assim identificada para operar neste tipo de cenários. Mas também em diferentes contextos, também europeus e onde Portugal tem muitas outras missões". Dentro destes cenários é assim fácil de prever que sejam a empenhar em missões de apoio aéreo próximo, contrainsurgência, vigilância ou até interceção de slow movers (aeronaves lentas).
Além disso, e tal como transcrito acima, Nuno Melo mencionou igualmente a formação de pilotos, missão para a qual o Super Tucano é adequado e para a qual foi já avaliado por pilotos portugueses.
Panóplia de armamento que o A-29 pode carregar nos pontos fixos das asas e fuselagem Infografia: Embraer |
Fica assim em aberto a possibilidade dos Super Tucano serem uma frota partilhada por duas Esquadras de voo distintas (uma de treino e outra de combate), à semelhança do que sucedeu com o Alpha Jet, partilhado pelas Esquadras 103 e 301, até 2005.
A Lei de Programação Militar revista em 2023 ainda pelo anterior Governo, tem um orçamento de 180,5M EUR alocados ao "programa de aquisição de aeronave de apoio próximo", onde encaixa o Super Tucano.
Diga-se ainda que a Embraer tem até uma dúzia de Super Tucano de "cauda branca" (ie: construídos sem comprador atribuído) praticamente prontos para entrega, pelo que o programa poderá ter uma execução bastante rápida, assim seja assinado o contrato.
É esperar para ver.
Com tantas necessidades que as FFAA tem e de há longos anos para cá, tais como ausência de sistemas de defesa Aerea, SHORAD, e de médio alcance, falta de OM13l20 e de 81 mm para as frotas PANDUR e VAMTAC, substituto do M113, UPGRADE fldos F16 para versão VIPER, upgrade das frotas EH101, C295, TB30, isto só para falar no Exército e FAP, vai o MDN, estourar mais de 200 milhões em aeronaves ligeiras para CAS E instrução, quando se com essa verba se mrlhorassrm os quatro MK516 e se adquirissem uma dezena de UH-60L/M seria possivel efectuar o CAS, INSTRUÇÃO, CSAR, SAR, MEDEVAC e TRANSP TÁCTICO???? Excelente decisão sim senhor !!!
ResponderEliminarCom tantas necessidades que as FFAA têm de há longos anos para cá, tais como ausência de sistemas de defesa Aerea, SHORAD, e de médio alcance, falta de PM120 e de 81 mm para as frotas PANDUR e VAMTAC, substituto do M113, novos sistemas ACar, UPGRADE dos F16 para versão VIPER, upgrade das frotas EH101, C295, TB30, isto só para falar no Exército, e FAP, e vai o MDN, estourar mais de 200 milhões em aeronaves ligeiras para CAS e instrução, quando se com essa verba se melhorassrm os quatro MK516 e se adquirissem uma dezena de UH-60L/M seria possivel efectuar o CAS, INSTRUÇÃO, CSAR, SAR, MEDEVAC e TRANSP TÁCTICO???? Excelente decisão esta sim senhor, apenas servirá os interesses da EMB, em vez de servir o interesse Nacional !
ResponderEliminarConcordo plenamente com tudo o que o sr anonimo disse alem de que a aeronave suica pilatos PC 21 como aeronave de treino e melhor na relacao custo performance eficacia posto isco e como para a funcao de CAS hoje em dia se utilizarem UAV como o MQ 9 com vantagem mais que obvia realmente nao se entende muito bem esta aquisicao
ResponderEliminarBons dias Kikas, e bem mais grave ainda, soube de fonte segura que os IrResponsaveis da Defesa Nacional planeiam adquirir 22 aeronaves deste modelo, 12 para instrução e 20 para CAS, ou seja praticamente o dobro do número inicial previsto que seriam 12 !
EliminarEsta cambada de desgovernantes vai rebentar com mais de 300 milhões em aeronaves com o objectivo de efectuar CAS na RCA, como se aquela situação se agravar Portugal tivesse actualmente meios de combate e logística para suportar operações de combate naquele TO. Quanto ao PC21 deceria ser, adquirido, tal como Espanha o fez para a sua Instrução avançada de voo, mas não, por estes lados obque está a dar é financiar os interesses da EMB, os interesses de Portugal não interessam!!!
Para CAS são 10 e não 20, erro meu.
ResponderEliminarE obviamente uma forma de financiar o construtor brazileiro mesmo que seja em prejuiso de Portugal e da defesa dos Portugueses O miguel de vasconcelos comparado com estes senhores ... era um santo homem...
ResponderEliminarSera que mais ni guem ve isto? a comunicacao social anda adormecida?!!!
E melhor terem aviões a hélice que o F35
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