terça-feira, 15 de abril de 2025

BLACK HAWK NA SERRA DA ESTRELA EM TREINO PARA OS INCÊNDIOS [M2604 - 28/2025 ]

 

Na semana de 7 de abril a Esquadra 551 - Panteras destacou dois dos seus helicópteros UH-60A Black Hawk para o aeródromo de Seia, com o intuito de realizar treino de combate direto a incêndios, em condições de montanha.

O Santiago Anacleto esteve lá e registou a atividade, nas fotos que aqui hoje partilhamos.













Fotos: Santiago Anacleto

segunda-feira, 14 de abril de 2025

EXERCÍCIO BAMBARI 25 DE APRONTAMENTO PARA A RCA [M2603 - 27/2025 ]

AW119 Koala da Esquadra 552 - Zangões da FAP no exercício Bambari 25 do Exército

Entre os dias 7 e 11 de abril de 2025, o Exército Português realizou o Exercício BAMBARI 25 no Campo Militar de Santa Margarida, como parte da preparação da 17.ª Força Nacional Destacada (17.ª FND) que será projetada para a República Centro-Africana (RCA). Esta força será integrada como Força de Reação Rápida (Quick Reaction Force – QRF) na Missão Multidimensional Integrada das Nações Unidas para a Estabilização da República Centro-Africana (MINUSCA).



A 17.ª FND será composta por 213 militares, dos quais 201 participaram nesta fase de aprontamento. A força é comandada pelo Tenente-Coronel Rui Borges e tem como núcleo central o 2.º Batalhão de Infantaria Paraquedista (2.º BIPara), ao qual se juntam vários módulos especializados:

Módulo Pandur, com viaturas blindadas PANDUR II com Remote Weapon Station (RWS);

Módulo de Manutenção, assegurando o apoio técnico e logístico;

Módulo Sanitário, preparado para resposta médica em ambiente operacional;

Equipa de Route Clearance (EOD), especializada em deteção e neutralização de engenhos explosivos improvisados (IEDs);

Equipa mini-UAV, operando o sistema Raven, uma aeronave não tripulada de pequenas dimensões que permite missões de vigilância, reconhecimento, regulação de fogos e avaliação de danos de combate (Battle Damage Assessment).

Equipa TACP (Tactical Air Control Party) da Força Aérea Portuguesa, encarregue de coordenar o apoio aéreo próximo e comunicações com plataformas aéreas, reforçando a interoperabilidade entre ramos e a capacidade de resposta conjunta.



Durante cinco dias de intensa atividade, os militares realizaram uma série de manobras táticas e técnicas desenhadas para replicar ao máximo as condições operacionais que enfrentarão na RCA.

Foram conduzidos vários incidentes simulados com base em situações reais vividas pelas FNDs anteriores no Teatro de Operações. As manobras incluíram:

Reações a emboscadas;

Proteção de civis e zonas críticas;

Evacuação de feridos em ambiente hostil;

Operações de patrulhamento e interdição de áreas;

Outras.

O exercício teve como principal foco a prontidão operacional em ambiente hostil, e permitiu testar procedimentos, reforçar a disciplina operacional e treinar a tomada de decisões em cenários de elevada pressão — elementos-chave para assegurar a eficácia de uma força QRF num ambiente de alto risco.

Live Fire com helicópteros e armamento pesado

Um dos pontos altos foi a realização de Live Fire Exercises (LFX), que incluíram cenários realistas de combate com fogo real, reforçando a eficácia dos procedimentos e a confiança nas armas e equipamentos utilizados.


Neste exercício houve a integração de um helicóptero AW119 Koala da Esquadra 552 "Zangões" da Força Aérea Portuguesa, que foi utilizado como plataforma para o heli shooting. Esta capacidade permitiu aos militares designados para funções de Top Cover (cobertura aérea próxima a forças em progressão no terreno) treinar disparos em voo com armas ligeiras, em coordenação com elementos terrestres — um cenário que poderá ter aplicação direta em missões reais na RCA.


Além disso, houve treino com diversos sistemas de armas utilizados em teatros de operações reais:

Carl-Gustav - uma arma de apoio direto, eficaz contra posições fortificadas ou veículos;

LAW (Light Anti-Tank Weapon) — armamento portátil de uso individual, ideal para operações rápidas e ligeiras;

Metralhadora pesada Browning M2 montada numa viatura PANDUR II com RWS (Remote Weapon Station), idêntica às que já operam na RCA, testando a integração de sensores, precisão e comando remoto.


Portugal e a MINUSCA: um compromisso contínuo com a paz

A participação de Portugal na MINUSCA representa um compromisso sólido e duradouro com as Nações Unidas e os seus esforços de estabilização em contextos de conflito. Desde 2017, as Forças Armadas Portuguesas têm mantido uma presença rotativa na RCA e os seus militares têm vindo a ser reconhecidos pela sua disciplina, capacidade de resposta e eficácia, características especialmente valorizadas numa força QRF, que pode ser chamada a intervir em situações críticas a qualquer momento.

Através da projeção de forças bem treinadas, altamente móveis e disciplinadas, Portugal contribui ativamente para a proteção de civis, o restabelecimento da ordem pública e o apoio à construção da paz num dos países mais instáveis do continente africano. Este envolvimento reforça não só o prestígio de Portugal no seio das Nações Unidas, como evidencia a sua capacidade de cumprir compromissos internacionais em missões de elevada exigência.

O sucesso do Exercício BAMBARI 25 confirma a capacidade expedicionária do Exército Português e a excelência dos seus paraquedistas, prontos para atuar num dos teatros de operações mais exigentes do mundo. A simulação com fogo real, o treino com helicópteros e a articulação entre ramos das Forças Armadas mostram que Portugal está, mais uma vez, preparado para cumprir a sua missão em nome da paz e da segurança internacional.


Texto e fotos: Santiago Anacleto

domingo, 6 de abril de 2025

FICÇÃO - "ÉPOCA DE CAÇA" (Parte II) [M2602 - 26/2025 ]

SU-33 - Imagem via Wikimedia Commons

Nota prévia: Este conto é obra de ficção e foi escrito em 2013. Qualquer semelhança com factos, pessoas ou situações é mera coincidência.

Ler  Parte I 

Algures sobre o Ártico (continuação)

Cavaleiros dos tempos modernos, os pilotos de caça controlavam equipamento de grande poder destrutivo. Tal facto fazia do seu treino um processo longo e penoso, de onde apenas os melhores emergiam para a vida operacional. No entanto continuavam a ser tão humanos como os civis que haviam jurado defender. E o ser humano é um animal sinistro.  
Subitamente um dos Su-33 saiu da formação, curvando para a direita, descrevendo um arco que o fez dar meia volta, passando a mil metros da asa do Gripen de Paulo. Ativara o seu radar em modo militar, varrendo ambos os caças da OTAN, procurando ângulos de ataque. Provavelmente estaria só a testar a paciência dos portugueses, a ver se cediam. 
E provavelmente Paulo não estaria num dos seus dias. Em vez de manter a cabeça fria, como seria o seu dever, empurrou instintivamente o manípulo de controlo da velocidade para diante, puxado por algum instinto ancestral. Acelerou furiosamente enquanto torcia o nariz da aeronave para a direita, descrevendo uma curva violenta que quase colocou o Gripen de cabeça para baixo. Passou a uma distância nada razoável da barriga do caça russo. 
Quando a dor no peito suavizou, e a visão se afastou do estreito túnel a que os nove Gs de carga de gravidade a haviam sujeitado, o jovem piloto procurou o seu adversário contra o céu que clareava rapidamente. Viu o Su-33 a curvar para cima, num arco suave, o piloto russo provavelmente a tentar perceber o que se passara. O radar continuava em modo militar e avisos sonoros ecoavam dentro do capacete de Paulo. Colocou também o seu radar em modo de combate, iluminando o Flanker com o poder de baixa frequência do potente sensor. 
O adversário reagiu curvando para a sua direita, apontando o nariz para o mar, numa descida veloz dos céus ainda salpicados de cintilantes estrelas. Para Paulo não havia dúvidas, o russo queria um combate. E um combate teria. 
As aeronaves ainda seguiam a velocidades relativamente baixas, pelo que o russo decidiu usar as capacidades de manobra impressionantes do seu caça nesse tipo de confrontos. 
Ato contínuo, o Su-33 deixou a asa esquerda pender para baixo e, já a voar de lado, curvou violentamente para trás, desaparecendo do lado esquerdo do Gripen que entretanto descera atrás de si. Incapaz de acreditar nas forças de gravidade a que aquele russo se sujeitara Paulo obrigou-se a agir, ou o bandido ficaria em posição de disparar. Curvou para a direita, inclinando o avião de modo a fazer um arco apertado, numa manobra bem mais suave do que a efetuada pelo seu adversário. Apanhou-o a curvar na sua direção. 
Algo primordial ainda se movia dentro dele, algo tão antigo como o Homem e que sabia ser uma parte integral do seu ser. Era como se fosse um cão de caça a quem o dono soltara a trela, besta arcana aos comandos de uma máquina avançada. Não fora treinado durante tantos anos para acabar os seus dias atrás de uma secretária. Iria mostrar o tipo de homem que realmente era.
Um caçador!
Ignorando as ordens cuspidas por Pires, Paulo lançou-se na direção do Su-33. O russo apercebeu-se da manobra e estabilizou a aeronave, sem, no entanto, deixar de voar de lado. Os dois caças cruzaram-se a quinhentos quilómetros por hora, o rugido dos motores de jacto no seu encalço. Paulo conseguiu prever o que ia suceder a seguir. Não queria entrar num confronto de agilidade com o russo. Embora ambos os aviões estivessem mais ou menos ao mesmo nível o risco era demasiado elevado. E ainda não conseguira perceber o quão bom era aquele adversário ao certo.
 
Gripen - Imagem via Wikimedia Commons

O Gripen estava equipado com dois mísseis de busca térmica AIM-9L, armas mais antigas do que a própria aeronave e de capacidades limitadas. Mas isso era um facto que não o preocupava muito. Queria mesmo era encontrar um ângulo para usar o canhão de 27 milímetros montado sob o nariz. Isso sim seria algo digno de nota!
Puxou a manche de controlo para si e fez o nariz do Gripen subir, lançando o caça na direção das estrelas. Manteve-o assim por uns instantes e depois cortou alguma potência ao motor. O caça caiu para trás, como se fizesse um salto mortal. O nariz pendeu para baixo e agora Paulo caía a pique, de cabeça para baixo. 
Endireitou o avião e procurou o russo. Ele também já endireitara a sua aeronave e voava numa direção perpendicular à sua. Paulo deixou-o passar diante do seu nariz e depois curvou para esquerda. 
Voando agora na direção do Sol nascente Paulo avaliou a sua situação. O Su-33 estava um pouco mais abaixo da sua posição e perfeitamente à sua frente. 
Tinha-o na mira! 
E então lembrou-se de que tinha as armas ativadas. O homem a bordo daquele caça devia estar a suar em bica agora! O indicador de Paulo dançou descuidadamente diante do gatilho. 
Seria tão fácil… 
- Rocha! O que pensa que está a fazer? – A voz de Pires conseguiu finalmente alcançar a consciência de Paulo.
- Estava só a gozar, capitão. 
Subitamente consciente da realidade da situação Paulo deixou a adrenalina escoar-se e levou uma mão ao painel de instrumentos para desligar as armas. Depois afastou-se, deixando o caça russo seguir a sua trajetória. Procurou o outro Gripen, uma forma cinzenta contra o céu cada vez mais claro. Em poucos instantes a sua aeronave estava na sua devida posição atrás do avião do capitão. Entretanto os russos reuniram-se e voaram para longe. 
- Aqueles já não voltam tão depressa! – Paulo sabia que estava acabado, que ia enfrentar a justiça pelo que fizera, mas não conseguia afastar a exaltação do momento. 
- Qual foi a tua ideia? Estás interessado em começar uma guerra ou assim? 
- Não, meu capitão.
- És burro, então? Que raio te passou pela cabeça? 
- Só… Só quero mostrar do que sou capaz. 
- Depois disto quero ver é se vais alguma vez voltar a pilotar um caça da República Portuguesa! Mal cheguemos à base voltas para casa! 
Obviamente que Paulo se sentia desgostoso. Fizera asneira, e fora bem grave. Mas, por uma vez, sentira o verdadeiro combate. E descobrira que, para ele, uma vez não chegaria… 
Fim

Ligação à página do autor, para mais trabalhos, aqui.

Texto: ©Francisco Duarte
Edição: Pássaro de Ferro

sábado, 5 de abril de 2025

FICÇÃO - "ÉPOCA DE CAÇA" (Parte I) [M2601 - 25/2025 ]


Nota prévia: Este conto é obra de ficção e foi escrito em 2013. Qualquer semelhança com factos, pessoas ou situações é mera coincidência.


Algures sobre o Ártico

- Temos dois bandidos, direção 1-1-7. Confirme Açor Um.
- Açor Um confirma. Comando confirma vetor de interceção?
- Confirmado. Não tome medidas hostis, apenas os faça dar meia-volta. 
- Deve ser fácil, Comando. Açor Um terminado. 
O Tenente Paulo “Wanderer” Rocha observou o caça diante de si durante a curta troca de palavras. Ele era o Açor Dois naquela missão pelo que era o Capitão Diogo “Spark” Pires quem dava as ordens, ele próprio sendo instruído pelo controlo de missão em Helsínquia. 
Não que a cadeia de comando incomodasse Paulo de algum modo, ao contrário do que sucedia com o facto de estar ali a voar com aquele capitão, uma nódoa da Força Aérea Portuguesa na sua opinião. Ordens eram ordens e o planeamento de missão assim o determinava, mas não era obrigado a gostar da situação. Foi com descontentamento que ouviu a voz de Pires a dirigir-se-lhe no canal de comunicação. 
- Rocha, segue na minha cauda e não me largues. Nada de números de circo desta vez. 
- Nada de acrobacias, certo. 
- Falo a sério, tenente! 
- Certo, capitão. Açor Dois confirma. 
- Entendido. Mete a pós-combustão e vamos ver quem veio brincar hoje. 
Paulo viu a chama vermelha na cauda do avião diante de si, sinal da injeção direta de combustível na tubeira de escape do motor de jacto. Pires ativara a pós-combustão e ia entrar em velocidade supersónica. Sem perder tempo Paulo imitou o capitão. Os dois caças aceleraram sob o céu escuro e estrelado do Ártico. 
Não difícil adivinhar quem teriam pela frente. Russos, certamente, fazendo mais algum voo sobre o espaço aéreo da OTAN, esperando aborrecer alguém em Bruxelas. Desde que a Rússia havia vindo a fortificar o seu poderio militar e influência política ao longo dos últimos vinte anos que aquelas intercepções se tornavam cada vez mais comuns. Pelo menos, Paulo tinha a certeza de que iriam conseguir lidar com o que quer que encontrassem. 
As elegantes formas em delta que ambos os pilotos portugueses faziam deslizar nos ares eram Saab JAS-39E Gripen, caças ligeiros de fabrico sueco, dos melhores do mundo. A Força Aérea Portuguesa conseguia pôr as mãos em quatro daqueles pássaros de metal através dos acordos que Lisboa tinha com a empresa Embraer do Brasil, que colaborava com a Saab no seu fabrico. Desejoso de os testar o governo português colocara-os numa das missões da OTAN para patrulha do espaço aéreo islandês, vitais uma vez que a Islândia não possuía força aérea própria. 
Sabendo que tinha um caça poderoso nas suas mãos, bastante superior ao F-16AM que pilotara durante a maior parte da sua carreira, Paulo sentia-se confiante. Contudo algo o incomodava por dentro. Algo que o levara a alistar-se na Força Aérea e que o movera durante a desilusão que fora a maior parte da sua vida militar. Algo que veio ao de cima assim que ele e o capitão viram os dois caças russos, silhuetas negras contra o nascer do Sol. 
- Estou a ver os bandidos, Comando. – Sinalizou Pires – Creio que são dois Flanker-D. Vou-me aproximar para confirmar. 
- Afirmativo Açor Um. Prossiga com cautela. 
Pires falou então diretamente para Paulo. 
- Estão-nos a varrer com os radares. Fica alerta. 
- Já reparei. – Como podia ele ignorar os avisos sonoros que despontavam pelos auscultadores e as miríades de luzes de alerta que iluminavam o painel de comando? Felizmente que os russos só deviam estar ali para incomodar, senão já os teriam riscado do céu há muito. Claro que não eram apenas os russos quem fazia ameaças silenciosas ali uma vez que também os portugueses os varriam com os seus próprios radares. 
Os dois Gripen enfeitados com a cruz de Cristo descreveram um arco, primeiro para sul e depois para leste, de modo a intercetarem os caças russos. Eles não mudaram de rota, permitindo que os portugueses se aproximassem por trás e por cima. Olhando para lá da sua ampla carlinga transparente Paulo observou bem os bandidos. Estavam a cerca de mil metros de distância, duzentos metros abaixo dos Gripen. 
Eram grandes para caças, cada um deles com duas enormes empenagens verticais ornamentadas com estrelas vermelhas, ladeando dois poderosos motores a jacto. Tinham asas largas, de flecha acentuada, e suaves linhas aerodinâmicas. As aletas dos lados do nariz e as carlingas curtas não davam espaço para dúvidas. Eram dois Sukhoi Su-33 Flanker-D, caças navais russos de longo alcance. 
Os dois pares de caças mantiveram as suas posições, aceitando calmamente a presença uns dos outros. 
- Vou entrar em contacto com eles. Mantém a tua posição, Rocha. 
- Afirmativo. – Paulo inspirou fundo. A cada instante que passava a sua vontade tornava-se cada vez mais forte. Pensou se não seria daquela vez que cumpriria o seu sonho de finalmente vencer num verdadeiro duelo sobre os céus, homem contra homem em velozes máquinas de guerra. Por isso se tornara piloto de combate. Mais uma vez a sua oportunidade seria roubada pelas burocracias da realidade. Ele sabia que os russos queriam testar os aviadores ocidentais, ver o quão nervosos eram realmente. Mas ainda assim... 
- Daqui Açor Um comunicando com caças não-identificados, por favor respondam. – Não houve nenhuma resposta, falada ou visual, por parte dos bandidos, que simplesmente seguiam em frente. Provavelmente também não teriam grande simpatia pelo Pires. – Rocha. Vou colocar-me ao lado deles. Mantém a tua posição.
O Gripen deslizou suavemente sobre o impulso do seu poderoso motor a jacto, colocando-se a par com o caça que liderava a formação russa. Da sua posição privilegiada, Paulo conseguia observar o quão pequeno e frágil o caça sueco parecia junto da enorme máquina russa. Pires voltou a tentar.
- Daqui Açor Um comunicando com caças não-identificados, desçam os trens de aterragem se me conseguem ouvir. – O pedido era tão visualmente óbvio como útil, uma vez que descer o trem de aterragem normalmente desligava os sistemas de armas das aeronaves. Obedecer demonstraria que os russos não tinham intenções hostis. Pires repetiu o pedido. A falta de resposta dos bandidos estava a deixá-lo nervoso. Paulo apertou com mais força o comando da velocidade. Numa ocasião semelhante, uma semana antes, havia descido sobre os caças russos para os espevitar, o que lhe valera uma reprimenda. Mas não podia voltar a fazer asneiras. Não hoje… 

(Continua)


Texto: ©Francisco Duarte
Edição: Pássaro de Ferro

FIGUEIRA DA FOZ ACOLHE COMEMORAÇÕES DO 73º ANIVERSÁRIO DA FAP [M2600 - 24/2025 ]

Tal como o Pássaro de Ferro havia já divulgado nas redes sociais, a cidade da Figueira da Foz, irá acolher os eventos que marcam o aniversário do 73º aniversário da Força Aérea Portuguesa, que se comemora a 1 de julho.

Durante uma semana, diversos eventos vão marcar a efeméride, sob o mote “Na Foz da mudança, voamos o amanhã!”.

Entre 28 de junho e 6 de julho, irão decorrer "diversas atividades dinâmicas dedicadas a todos os públicos, nomeadamente demonstrações de capacidades, exposições várias, atividades desportivas e culturais, concursos, entre outros eventos de aproximação à sociedade, incluindo presença no sunset RFM SOMNII", relata a nota de imprensa da Força Aérea, divulgada hoje.

Vídeo teaser das comemorações na Figueira da Foz:

A Força Aérea marca assim mais um aniversário, desde que foi criada em 1952 enquanto ramo independente das Forças Armadas, aproveitando para "continuar a construir pontes de proximidade com a comunidade local".

Excelente oportunidade por isso, para o público em geral contactar de perto e conhecer a missão, as operações, os desafios, a evolução e o futuro da Força Aérea Portuguesa.



quarta-feira, 2 de abril de 2025

FORÇA AÉREA PORTUGUESA JUNTA-SE À EMBRAER E FAB PARA ADAPTAR O KC-390 A NOVAS MISSÕES [M2599 - 23/2025 ]

Versão ISR do KC-390 carregando mísseis antinavio     Ilustração: Embraer
 
A Força Aérea Portuguesa (FAP) juntou-se oficialmente à Embraer e à Força Aérea Brasileira (FAB) nos estudos de adaptação do KC-390 Millennium para realizar missões de Informações, Vigilância e Reconhecimento (ISR).

O anúncio teve lugar numa cerimónia realizada durante a feira LAAD Defence & Security, no Rio de Janeiro, no dia 1 de abril de 2025, contando com a presença do Chefe do Estado-Maior da Força Aérea Portuguesa, General João Cartaxo Alves; o Tenente Brigadeiro do Ar Marcelo Kanitz Damasceno, Comandante da Força Aérea Brasileira; Francisco Gomes Neto, Presidente e CEO da Embraer; e Bosco da Costa Junior, Presidente e CEO da Embraer Defesa & Segurança.


A assinatura do acordo tripartido entre Embraer, FAB e FAP       Foto: Embraer

Na cerimónia, foi apresentada uma imagem conceitual do sistema modular de missão ISR roll-on/roll-off atualmente em desenvolvimento. Esta solução permitirá ao KC-390 executar missões ISR, mantendo todas as suas capacidades multimissão, acrescentando assim mais uma valência às já disponíveis.

 “Apoiados em características já presentes no KC-390 Millennium, como ã sua flexibilidade, robustez, equipamentos de comunicação e autoproteção de última geração, os estudos apontaram diversas possibilidades e soluções para a integração de novos sistemas de missão, sensores, estações de trabalho e armas, além de atender às expectativas operacionais das Forças Aéreas Portuguesa e Brasileira”, explica a Embraer.

Representantes da Embraer com os Chefes da FAB e FAP      Foto: Embraer

Para o CEMFA, esta participação da Força Aérea Portuguesa revela-se importante em duas perspetivas. A primeira “atesta a importância que a Embraer deposita na Força Aérea [Portuguesa], reconhecendo-a como uma parceira estratégica fundamental no desenvolvimento dos seus produtos”. Em segundo, acrescenta, "trata-se de uma oportunidade única de alargar o espetro de missões do KC-390, criando-se condições para que venha também a ser empregue nas missões de ISR e de patrulhamento marítimo".

"O trabalho colaborativo com a Embraer está evoluindo de forma eficiente e estruturada, permitindo uma avaliação abrangente do KC-390 Millennium para as necessidades atuais e futuras da Força Aérea Brasileira. Vemos um grande potencial da aeronave para missões ISR e de patrulha marítima. A Força Aérea Brasileira dá as boas-vindas à Força Aérea Portuguesa por participar deste estudo, trazendo seu conhecimento e experiência para aprimorar a solução potencial", disse o Tenente Brigadeiro do Ar Marcelo Kanitz Damasceno, Comandante da Força Aérea Brasileira.

Foto: FAP

"Estamos muito satisfeitos com a decisão da Força Aérea Portuguesa de participar nos estudos para esta nova aplicação do KC-390 Millennium. Desde o início do programa, nossos parceiros brasileiros e portugueses têm sido cruciais para tornar o programa KC-390 um sucesso operacional e técnico inegável", disse Bosco da Costa da Junior, Presidente e CEO da Embraer Defesa & Segurança.

O KC-390 é operado pela Força Aérea Portuguesa desde 2022, equipando a Esquadra 506 – “Rinocerontes” e tem como missão principal o transporte aéreo tático. Atualmente a FAP recebeu duas aeronaves das cinco adquiridas, às quais se junta ainda um simulador que está neste momento em fase de montagem na Base Aérea N.º 11, em Beja, prevendo-se que entre em operação a partir de junho.


Fontes: Embraer e FAP
Adaptação: Pássaro de Ferro


terça-feira, 1 de abril de 2025

SUÉCIA CONFIRMA COMPRA DE QUATRO C-390 [M2598 - 22/2025 ]

Foto: Embraer

A Suécia se comprometeu oficialmente a adquirir quatro aeronaves multimissão C-390 Millennium, à Embraer, garantindo assim os slots de produção. O anúncio oficial deste compromisso ocorreu durante a LAAD Defence & Security 2025, na presença de Peter Sandwall, Secretário de Estado do Ministério da Defesa da Suécia e Bosco da Costa Junior, presidente e CEO da Embraer Defesa & Segurança. Este anúncio segue a recente assinatura de um acordo que formalizou a entrada da Suécia, juntamente com os Países Baixos e a Áustria no programa C-390.

KC-390 nas cores suecas sobre Estocolmo     ilustração: Embraer

"Estamos orgulhosos de dar mais este passo significativo em direção à aquisição desta aeronave interoperável. A capacidade do C-390 de realizar as suas missões em ambientes desafiadores a qualquer hora, em qualquer lugar, será um ativo crítico para a estratégia de defesa da Suécia, garantindo operações eficazes nas próximas décadas", disse Peter Sandwall, Secretário de Estado do Ministério da Defesa da Suécia.

"O compromisso da Suécia em adquirir quatro aeronaves C-390 Millennium marca um avanço significativo no aprimoramento das capacidades operacionais da Força Aérea Sueca. Essas aeronaves de última geração não apenas aumentarão a eficiência do transporte militar da Suécia, mas também ampliarão as sinergias europeias existentes em interoperabilidade, treino e suporte ao ciclo de vida. A Embraer continua dedicada a atender aos requisitos da Suécia, fornecendo aeronaves de transporte militar de alto nível, garantindo que a Força Aérea Sueca possa executar suas missões mais exigentes com excelência", disse Bosco da Costa Junior, presidente e CEO da Embraer Defesa & Segurança.


Foto: Embraer

O (K)C-390 foi adquirida até agora por oito países: Brasil, Portugal, Hungria, Coreia do Sul, Países Baixos, Áustria, República Checa e um cliente não revelado (presumivelmente Uzbequistão) e foi já oficialmente selecionado também pela Suécia e pela Eslováquia.

Em Portugal equipa a Esquadra 506, que recebeu até ao momento duas das cinco unidades adquiridas. Em visita à Base Aérea nº11, Beja, onde estão sediados os "Rinocerontes", na passada semana, o ministro da Defesa, Nuno Melo, que experimentou o simulador de voo do KC-390, atualmente em fase de instalação naquela base alentejana, anunciou a compra de um segundo simulador, que irá permitir tornar Portugal num centro europeu de formação e qualificação de tripulações da aeronave KC-390, eventualmente com possibilidade de expansão a outras  regiões no futuro.



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